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BIOMA PANTANEIRO

Queimadas no Pantanal nos primeiros oito meses do ano são equivalente à toda destruição de 2014 a 2019

O número de focos supera os 10.048 pontos de queimadas contabilizados pelo Inpe entre 2014 e 2019

9 setembro 2020 - 08h50Da Redação
Animais estão morrendo no local
Animais estão morrendo no local - (Foto: Chico Ribeiro)

Conforme o previsto, os índices de focos de incêndio registrando no Pantanal nos primeiros oito meses do ano são equivalentes à toda quantidade queimada no bioma de 2014 a 2019, segundo o levantamento do Estadão com com as informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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Entre janeiro e agosto, foram registrados pelos satélites do Inpe um total de 10.153 focos de incêndio no Pantanal, bioma que soma 150 mil km quadrados, localizados em Mato Grosso do Sul (65%) e Mato Grosso (35). O número de focos supera os 10.048 pontos de queimadas contabilizados pelo Inpe entre 2014 e 2019.

Fazendo uma comparação com o ano passado quando houve aumento das queimadas criminosas na Amazônia e no Pantanal, o número deste ano é três vezes superior aos 3.165 focos de incêndio verificados entre janeiro e agosto de 2019. Em relação aos 603 focos confirmados em 2018, o cenário deste ano representa uma alta de 1.700%.

Os dados de focos de incêndio do Inpe mostram que os focos deste ano são o maior volume já registrado pelo órgão em mais de 20 anos da série histórica disponível, desde 1999.

Questionado sobre o volume de incêndios, o ministro Ricardo Salles declarou que “o Ministério do Meio Ambiente está atuando com centenas de brigadistas, dezenas de viaturas, dois helicópteros e cinco aviões de combate a incêndios”.

Ao todo, há hoje cerca de 80 viaturas e 600 brigadistas do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) em atuação na região, além das dez aeronaves mencionadas.

Focos de incêndios no Pantanal de 1º de janeiro a 31 de agosto - (Foto: Estadão)

No Mato Grosso, uma das críticas que se faz ao governo estadual é que, há cerca de dois anos, estão proibidas as ações de manejo preventivo de fogo. Trata-se de uma estratégia onde agentes queimam material da floresta já tombado, durante os períodos de chuva, para eliminar o volume excessivo que se torna combustível durante os meses de seca.

Queimadas não atingem pousadas - O portal A Crítica adiantou na semana passada que ao contrário do que possa parecer, as queimadas recentes que vem afetando parte do Pantanal e causando destruição de grandes áreas de fauna e flora, não afetaram a região pantaneira de pousadas e hotéis fazenda de Mato Grosso do Sul. Isso porque os focos de incêndio estão localizados no Pantanal do estado vizinho, Mato Grosso, e em parte da Serra do Amolar, extremo norte do MS.

Segundo Cristina Moreira, presidente da Associação Visit Pantanal que representa empresários das pousadas pantaneiras de Miranda, Aquidauana e Corumbá as notícias divulgadas não explicam sobre as regiões pantaneiras e geram confusão.

“Estamos acompanhando a situação triste das queimadas de parte do Pantanal, mas estamos longe delas. É difícil para as pessoas que não conhecem a região entenderem que o Pantanal está localizado em dois estados diferentes aqui no Brasil, no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e a distância entre eles é grande. E aqui na região das pousadas pantaneiras do Mato Grosso do Sul não há focos de incêndio, todos trabalham com rígidos protocolos de biossegurança e os turistas podem viajar sem preocupação”.

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