
Como forma de combater a dengue, as ações para soltura dos primeiros mosquitos com a bactéria Wolbachia retornou na última semana. A previsão é que os insetos sejam liberados no início do mês que vem.

O portal A Crítica, noticiou na semana passada que o índice de mortes por dengue neste ano já superou o número de óbitos se somado os últimos três anos. Em 2017, 2018 e 2019 foram três, quatro e 32 mortes respectivamente. Até outubro foram 42 mortes em MS pela dengue com 70.545 casos notificados de dengue.
O projeto é uma forma complementar às ações de combate às doenças provocadas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chykungunia. Nele é introduzida uma bactéria, comum em 60% dos insetos, mas que não está presente na espécie, e assim, impedir que o vírus da doença se multiplique no organismo do mosquito.
Desde fevereiro deste ano está acontecendo as ações de engajamento da população e conscientização sobre o programa para a soltura dos insetos, que tinha previsão para iniciar no segundo semestre do ano, mas com a pandemia as atividades foram suspensas e precisaram ser reiniciadas na segunda quinzena de outubro.
Ao todo, será uma média de oito mil recipientes com mosquitos liberados por semana, durante quatro meses, nos sete bairros da primeira etapa do programa. Será feita a soltura nos bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.
Assim que iniciada a soltura, a fase de conscientização e orientação da população que mora na região da segunda etapa se inicia, que acontecerá nos bairros Centro Oeste, Vila Jacy, Jockey Clube, Moreninhas, Pioneiros, Parati, Alves Pereira, Piratininga, Taquarussu, Jardim América e Los Angeles.
Esses mosquitos com Wolbachia que serão soltos são produzidos aqui na cidade, na biofábrica que está em fase final de instalação na cidade. Considerado como um processo autossuficiente, após certo período de liberação dos mosquitos, não será mais necessária a fabricação destes, uma vez que a maior parte da população desses insetos na cidade já será portador da bactéria.
Apesar do crescente, o Estado não registra um novo óbito pela doença há pelo menos dois meses. A última morte foi registrada no dia 11 de agosto em Anastácio, a 122 km de Campo Grande. As informações foram divulgadas no último dia 28 pela Vigilância em Saúde do Estado.
Método Wolbachia - A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e gerar uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.
