A pandemia do novo coronavírus aumentou em 7% a busca por variadas formas de transferência de bens, tais como testamentos, inventários, partilhas e doações nos cartórios de Mato Grosso do Sul. O temor causado pela proliferação da COVID-19 em todo o mundo levou a uma preocupação relacionada à morte e ao planejamento familiar, questão habitualmente protelada pelos brasileiros.Este aumento na procura foi confirmado pelo tabelião do 5º Ofício Cartório de Notas de Campo Grande, Elder Dutra durante entrevista ao Giro Estadual de Notícias desta sexta-feira (11).
"Temos percebido pela pandemia uma maior procura por parte das pessoas pelo planejamento sucessório patrimonial dos bens para depois da morte por meio da análise de mecanismos . São documentos solicitados de cada pessoa a pessoa e podem dispor desde questões patrimoniais até tratamento de saúde. Tipo quem vai cuidar de um animal doméstico", salientou ele.
Ele relata ainda que uma das preocupações de quem tem patrimônio deve ser a de como ele será transferido a seus herdeiros. "Tratar de algo que envolve a própria morte pode não ser fácil, mas planejar esse processo com antecedência evita problemas no futuro e traz benefícios, evitando burocracia e custos extras, na maioria dos casos. Essa programação pode ser feita por meio de um procedimento denominado planejamento sucessório", destacou.
O tabelião lembra que os dados correspondem a uma situação excepcional e não tratam, propriamente, de um aumento na busca por planejamento sucessório. "O planejamento sucessório é algo feito para o futuro, para o longo prazo, com uma série de intenções que visam não só assegurar o destino dos bens. É uma espécie de direcionamento patrimonial", pontua o jurista.
Para o tabelião a organização do planejamento sucessório visa minimizar custos e reduzir conflitos de herdeiros. "Dessa forma atendemos a vontade do testador do planejamento sucessório. Mas o ideal é que a pessoae consulte um advogado especialista. O cartório vai ajudar doação de bens e próprio testamento também pode tratar de questões existenciais, como patrimônio digital que também pode ser organizado", finalizou.
A entrevista completa você confere no player.