
No momento em que o mundo assiste à aparente estabilização de casos de infecção e mortes pelo Covid 19, após seis meses de pandemia, com mais de 24 milhões de casos e mais de 810 mil óbitos, aumentam os relatos sobre casos de reinfecção pelo coronavírus sem que haja, ainda, a certeza de uma vacina.

Nesta última semana de agosto foram constatados casos, primeiro em Hong Kong, depois na Bélgica e Holanda. No Brasil, as suspeitas de reinfecção são monitoradas por autoridades sanitárias em SP e no RJ.
Embora os contágios reincidentes ocorram em baixa escala, são suficientes para mobilizar a comunidade científica internacional, uma vez que esta constatação pode estar relacionada a mutações no vírus, bem como à possibilidade de novo surto, após o controle da transmissão, com o curto tempo de imunidade dos pacientes à enfermidade.
A Organização Mundial da Saúde, cuja condução sobre a pandemia está sendo colocada em cheque, pede cautela, já que a confirmação e aumento de casos de reinfecção podem ter impacto direto no desenvolvimento das vacinas.
De mais de uma centena de candidatas à vacina na fase pré-clínica, pelo menos seis, estão na fase três, de testes em seres humanos, em uma das mais rápidas trajetórias na história da elaboração de vacinas.
Cientistas e pesquisadores do Reino Unido, China, Estados Unidos, Alemanha e Rússia, entre outras nacionalidades, dedicam-se dia e noite, à custa de bilhões de dólares, em busca de uma vacina eficaz e segura contra o coronavírus.
Sem entrar no mérito dos outros desafios relacionados à vacina, como o prazo para a disponibilidade para bilhões de pessoas e o acesso justo e igualitário de todos, o importante é destacar que o principal desafio de uma vacina é constatar se a mesma apresenta resposta efetiva no sistema imunológico.
A confirmar a incidência de reinfecção, a percepção que se desenha é de que a imunidade contra o vírus é temporária e uma dose única não seria suficiente para garantir proteção por longo prazo. Enquanto persistem as dúvidas, é imperioso manter as medidas de proteção, como uso de máscaras, distanciamento físico e higiene das mãos.
