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SALVE O PANTANAL

Pintura feita por sul-mato-grossense em homenagem ao Pantanal ganha as redes

Pintura "Salve o Pantanal" retratada por índio Terena de Nioaque faz sucesso no Facebook com mais de 10 mil compartilhamentos em quatro dias

28 novembro 2020 - 09h30Hanelise Brito
Libencio Lourenço, 47, mais conhecido como 'Cuca'
Libencio Lourenço, 47, mais conhecido como 'Cuca' - (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Usando da arte para retratar o seu cotidiano, o artista Libencio Lourenço, 47, mais conhecido como ‘Cuca’, viu o seu trabalho ser ainda mais reconhecido dentro e fora de Nioaque, a 183 km de Campo Grande, após fazer a publicação da pintura, “Salve o Pantanal” de sua autoria, que em quatro dias já bateu a marca de 10 mil compartilhamentos no Facebook.

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O artista que é índio terena, explica ao Light que o gosto pela arte vem desde criança. “Comecei a pintar ainda na escola e até ganhava dinheiro fazendo trabalhos de alguns amigos. Mas foi nos anos 90 que fiz da pintura o meu ganha-pão. Comecei fazendo letreiros, faixas, desenhos e fachadas de comércio. A pintura em tela veio muito tempo depois, quando eu pintava para presentear amigos e familiares”, salienta o terena.

A pintura "Salve o Pantanal"

Os indígenas terena, também chamados Terenoe, são uma etnia indígena brasileira. Pertencem ao grupo maior dos guanás. A maioria vive principalmente nas áreas indígenas de Aldeinha, Buriti, Dourados, Lalima, Limão Verde, Nioaque, Pilade Rebuá, Taunay/Ipegue e Terras Indígenas Água Limpa e Cachoeirinha, a oeste da Reserva Indígena Kadiwéu, na Área Indígena Umutina e a leste do rio Miranda.

Sobre a inspiração da pintura que está fazendo o maior sucesso nas redes, Cuca detalha que a tela ‘Salve o Pantanal’, foi inspirada na realidade dos indígenas que estão sofrendo com as queimadas no bioma pantaneiro, explorando a arte como forma de militância ambiental. “Tive a inspiração vendo a dor do índio em ver os nossos patrícios, animais e casas destruídas pelo fogo. Como sou índio-terena, resolvi retratar a natureza através dos olhos do indígena e com incentivo da minha família”, detalha.

Cuca explora a sua arte envolvendo a cultura indígena

Cuca afirma que a criança do quadro é seu sobrinho Valentin, e que foi originalmente pintado para inscrição em um concurso cultural que acabou não dando certo. “Quando eu pintei a tela estava pensando em participar de um concurso indígena pelo Estado, que estaria doando um prêmio como uma espécie de auxilio devido à pandemia. Infelizmente não consegui fazer a inscrição e tive a ideia de postar o meu trabalho no Facebook para através da minha arte conscientizar as pessoas”, ressalta. “Eu não tinha idéia da repercussão que esse trabalho teria, fiquei muito feliz e surpreso quando a cada momento olhava na publicação e via várias pessoas compartilhando, curtindo e comentando o meu trabalho”, complementa.

Cuca realiza vários trabalhos relacionados a arte

Além da pintura, Cuca também realiza diversos trabalhos relacionados à arte, como esculturas, painéis de aniversários e pinturas a dedo no azulejo. Além disso, ele faz trabalho voluntário na igreja e nas escolas, incluindo pintura facial para crianças.

“Toda a minha inspiração vem da natureza, dos animais, das crianças. Enfim, a arte é a maneira como eu consigo me expressar e é o que eu sei fazer desde criança, ela é parte fundamental da minha vida”, finaliza.

Quer conhecer mais da arte de Cuca? Visite a sua página no Facebook.

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