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EMPREENDEDORISMO

Após insatisfação na antiga profissão, mulher coloca sonho em prática e atende clientes até da Índia

Mariana Lopes, 34, é uma das mulheres que colocou o sonho de empreender em prática. Há dois anos, a empresária estava insatisfeita com sua carreira de jornalista e decidiu fazer cestas café da manhã

19 dezembro 2020 - 11h20Hanelise Brito
A empreendedora cria cesta artesanal, com embalagem sustentável e com comidinhas caseiras
A empreendedora cria cesta artesanal, com embalagem sustentável e com comidinhas caseiras - (Foto: Divulgação)

O empreendedorismo feminino nunca esteve tão em evidência como nos dias atuais. Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Sebrae/MS mostra que as mulheres representam 38% dos donos de negócios sul-mato-grossenses, colocando o estado em primeiro lugar na presença de empresárias em todo o país.

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Mariana Lopes, 34, é uma das mulheres que colocou o sonho de empreender em prática. Há dois anos a jornalista por formação, estava insatisfeita com sua carreira e desejava ser dona do seu negócio e do seu tempo.

“Um dia eu assisti um programa e vi uma mulher fazendo cesta de café da manhã, comecei a pesquisar o mercado, vi que o mercado ainda era aquecido e achei que dava pra encarar”, contou.

Há dois anos ela criou o "Sinhá Bonita Cesta Café"

Assim como em todo começo, a empresária conta que a primeira dificuldade foi conciliar a maternidade com o empreendedorismo. “A primeira dificuldade que eu enfrentei foi quando eu engravidei em fevereiro de 2019, e passei muito mal a gestação inteira. No sétimo mês de gestação eu tive que diminuir o ritmo, exatamente no momento em que eu estava crescendo com as cestas. Logo depois, quando meu bebê nasceu eu optei em ficar com ele”, explicou.

Mesmo tendo que conciliar um negócio com a maternidade, Mariana voltou a fazer cestas café da manhã e conta que apesar da pandemia, as coisas deram certo. “Voltei no meio da pandemia e deu tudo certo. Desde o início eu sempre acreditei muito no meu trabalho, naquilo que eu estava fazendo, hoje eu trabalho integralmente com o meu filho, montando as cestas e fazendo entregas”, disse.

Mariana concilia as funções

Atualmente, 90% dos clientes de Mariana são pessoas que ela não conhece e que chegaram até a ela através da internet, além disso, ela vende para clientes de outros estados e de outros países. “Já atendi pessoas da Espanha, Canadá e da Índia, e fora do Estado também. Tive clientes de Brasília, Maranhão e Manaus”, comentou.

Apesar de realizar vendas para fora, a empreendedora explica que apoia a economia local. “Fazer o giro da economia local é muito importante pra mim, tanto que todos os meus fornecedores são daqui de Campo Grande, eu não compro nada de fora. Eu gosto de apoiar o mercado local,” afirmou.

A empreendedora já atendeu clientes até fora do País

Sobre a experiência de empreender ela comenta que todos deveriam passar por ela. “Quando você abre um negócio é muita coisa pra lidar, fornecedor, contas, clientes e todos os mínimos detalhes. Empreender foi um crescimento gigante e transformou não só a minha rotina, mas a minha cabeça, principalmente na questão de valorização do comércio local, hoje eu tenho paixão pelo meu trabalho e pela minha independência financeira”, comentou.

Dados - Em MS, 33,3% das mulheres empresárias possuem entre 36 a 45 anos de idade, 77,8% são casadas e 80,6% possuem filhos. A gestora estadual do Programa Sebrae Delas, Lucielle Lima, explica um pouco mais sobre os desafios que a mulher enfrenta no mercado.

“As mulheres necessitam ser multifuncionais e desempenham jornadas múltiplas, no trabalho e no lar. Outro desafio bem relevante neste contexto é o cultural, existe uma crença limitante onde a mulher é vista pela sociedade como responsável pelos cuidados não remunerados num lar. Esta cultura, acaba refletindo negativamente nos resultados, pois a empreendedora hoje se dedica menos horas nos negócios que o empreendedor, fazendo com que este seja um dos motivos que empresas lideradas por mulheres faturem menos que empresas lideradas por homens”, explicou.

Sobre a importância da participação das mulheres nos negócios Lucielle comenta que há um impacto positivo da liderança feminina no mercado e nos negócios.

“Sua presença propicia um mercado com mais diversidade e diferentes pontos de vista. Quando uma mulher empreende e é dona do seu próprio dinheiro, ela vira dona de sua própria história, quando uma mulher é dona de sua própria história, ela tem mais chance de interromper ciclos de violência contra si e sua família, quando uma mulher empreende, ela reinveste em sua família e, assim, toda a sociedade avança junto”, finalizou.

Ainda de acordo com a pesquisa, crescer, expandir e ampliar são as perspectivas principais das mulheres empreendedoras do estado para os próximos 5 anos. Com o olhar voltado para o futuro, elas querem novos desafios e estão em busca de melhorias constantes.

Para saber mais sobre o trabalho de Mariana, acesse a página do Instagram de Sinha Bonita Cesta Café, ou pode fazer encomenda pelo WhatsApp (67) 9 9922-7535.

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