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NOVEMBRO AZUL

Mato Grosso do Sul pode registrar mais de 1 mil casos de câncer de próstata neste ano

O Estado pode registrar até 1.240 casos de câncer de próstata neste ano, sendo 200 casos só em Campo Grande

5 novembro 2020 - 09h30Hanelise Brito
A campanha acontece desde 2003
A campanha acontece desde 2003 - (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Terça da Carne

Mesmo com toda a conscientização em torno do “Novembro Azul”, o Estado pode registrar até 1.240 casos de câncer de próstata neste ano, sendo 200 casos só em Campo Grande, conforme estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

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Todo o trabalho feito durante este período tem por objetivo conscientizar os homens a respeito da prevenção e do tratamento contra o câncer de próstata, que é o segundo mais comum entre os homens no Brasil. A campanha acontece desde 2003.

O médico oncologista Fabrício Colacino do Grupo São Francisco/HapVida explica a importância de diagnosticar a doença precocemente.

“O diagnóstico precoce é a grande palavra do Novembro Azul. É necessário que o homem faça a prevenção a partir dos 45 anos, realizando o toque retal uma vez por ano e o PSA, que é o exame de sangue da próstata. Tudo isso pra que se o câncer for detectado, seja precocemente, fazendo com que o tratamento ocorra de forma tranquila, trazendo menos sofrimento para o homem e devolvendo ele íntegro com todas as suas funções restabelecidas para sua família”, ressalta.

Geraldo Gomes, 57, teve câncer há dois anos e conta como foi lidar com a doença. “Quando o médico te diz que você está com câncer é difícil acreditar, eu nunca tive nenhum sinal da doença e acabei descobrindo após realizar o exame PSA. Minha maior preocupação era que a doença consumisse as minhas energias. Após muita conversa com o meu médico, optei por realizar a cirurgia de retirada da próstata, depois de todo o procedimento me senti muito bem e aliviado por saber que o câncer havia ido embora”, disse a reportagem.

Mesmo com a campanha, alguns homens ainda resistem aos exames de prevenção e até mesmo negligenciam os cuidados com a saúde em geral, tendo pouco contato com o serviço de saúde.

De acordo com a psicóloga Raquel Almirão, campanhas como essa promovem o contato do homem com o serviço de saúde. “A campanha veio justamente para lidar com esse paradigma de que a saúde masculina não precisa ser cuidada. Houve um período enorme de dificuldade do homem, de aceitar cuidar da sua saúde. Os serviços focados ao esclarecimento, ao acolhimento e a compreensão, contribuíram para que esse número de homens começasse a ter um aumento dentro dos serviços de saúde, e a saúde masculina também está começando a entrar no rol dos cuidados humanos”, afirma.

A profissional destaca que os cuidados com a saúde mental também merece atenção. “Pensando em valores de vida, é extremamente valioso que o homem entenda que ele deve cuidar da sua saúde em vários sentidos, inclusive, a saúde mental. Fazer esses testes rápidos, de sífilis, hepatite, HIV, podem garantir a saúde de outras pessoas. Neste momento eu até compararia com a pandemia, o isolamento, uso de máscaras, o quanto você cuida da sua vida, você acaba promovendo a saúde de outras”, finalizou.

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