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CONSEQUÊNCIAS

Além das queimadas, pantaneiros sofrem com problemas na saúde

Estudo indicou que mais da metade dos pantaneiros não têm acesso a água potável

25 novembro 2020 - 10h28Geliel Oliveira
A pesquisa revelou que 63% das lideranças relataram problemas crônicos como sinusite, asma, diabetes e hipertensão
A pesquisa revelou que 63% das lideranças relataram problemas crônicos como sinusite, asma, diabetes e hipertensão - (Foto: Divulgação)

A decorrência de problemas crônicos ainda é um agravante para a Covid-19. Pelo menos é o que mostra o estudo produzido e divulgado pelo ECOA - Ecologia e Ação em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT/MS) que realizou 27 entrevistas em 15 comunidades pantaneiras. A pesquisa revelou que 63% das lideranças relataram problemas crônicos como sinusite, asma, diabetes e hipertensão.

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Conforme a pesquisa, a situação da saúde decorre de dois fatores, um deles é a qualidade da água, que pode causar problemas estomacais, realidade presente em diversas comunidades. O estudo indicou que mais da metade das pessoas entrevistadas, não têm acesso a água potável, correspondente a 56% da amostragem.

Outro fator seria a alta taxa de fuligem na atmosfera, isso em consequência das queimadas no Pantanal. De acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), somente em novembro de 2020, no bioma pantanal 209 focos de incêndio foram registrados, a grande maioria em Corumbá com 170 focos. Até novembro 4.3 milhões de hectares queimaram no pantanal, um total de 29% de todo o bioma.

Mais uma preocupação decorrente da pesquisa foi a alimentação, 48% das pessoas entrevistadas relataram situação de fome e escassez de alimentos. Parte das respostas vieram com relatos de que as pessoas não tiveram comida ou menos refeições que normalmente tem no dia.

Segundo a pesquisa do ECOA, apesar de 81,5% terem acesso ao auxílio emergencial a estiagem drástica e o baixo nível dos rios diminuiram a quantidade de peixes para a população, principal fonte de proteína das famílias.

A pesquisa revelou ainda que, 85% não possuem material de higiene, apenas 58% tem combustível para casos de emergência e 67% têm transporte para a cidade.

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