alms4
INTERNACIONAL

Câmara da Argentina aprova imposto sobre grandes fortunas

A matéria agora vai ao Senado, que deve aprová-la com facilidade até o começo do mês que vem

19 novembro 2020 - 06h05
Simpatizantes de Alberto Fernández protestaram na Argentina em apoio ao projeto que tributa grandes fortunas
Simpatizantes de Alberto Fernández protestaram na Argentina em apoio ao projeto que tributa grandes fortunas - (Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE)

A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta quarta, 18, um projeto de imposto sobre grandes fortunas - uma vitória do presidente Alberto Fernández. Com isso, o governo espera arrecadar um montante de US$ 3,7 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) para compensar os impactos da pandemia. A matéria agora vai ao Senado, que deve aprová-la com facilidade até o começo do mês que vem - a proposta já teria o apoio de 42 parlamentares dos 37 necessários.

Canal WhatsApp

"Metade do que for arrecadado será contribuição de apenas 252 pessoas que estão no topo da pirâmide", afirmou a deputada Fernanda Vallejos, que faz parte da coalizão de apoio a Fernández. A proposta foi redigida pelo deputado Máximo Kirchner, filho da vice-presidente Cristina Kirchner, e prevê a taxação em uma única vez de pessoas físicas com patrimônio superior a 200 milhões de pesos (R$ 13,2 milhões). A taxa será progressiva de até 3,5% para ativos na Argentina e até 5,25% sobre bens fora do país.

Estima-se que o imposto atingirá entre 9 mil e 12 mil das pessoas mais ricas de toda a Argentina, um país em que 40,9% de seus 44 milhões de habitantes considerados abaixo da linha da pobreza e com uma taxa de desemprego de mais de 10%, segundo dados do governo.

A proposta declara finalidades específicas para o dinheiro arrecadado, como programas de desenvolvimento e produção de pequenas e médias empresas, projetos de educação e bolsas de estudo e compra de equipamentos médicos.

Tramitação

Na Câmara dos Deputados, onde o governo é minoria, os deputados aprovaram a proposta de Kirchner com 133 votos a favor, 115 contra e 2 abstenções, após um debate de 13 horas que se estendeu de terça-feira até a madrugada de ontem.

A coalizão Juntos pela Mudança, que levou o ex-presidente Mauricio Macri ao poder e é a principal oposição ao governo, foi responsável pela maioria dos votos contrários ao projeto, rotulado de "confiscatório". A medida, segundo a oposição, seria "prejudicial aos investimentos empresariais".

"A Argentina já tem muitos impostos e uma sonegação altíssima. Em vez de criar novos impostos, o que deveria haver é uma arrecadação eficiente dos impostos já existentes", disse o deputado Álvaro González, da oposição.

Os empresários estão divididos. As grandes companhias rejeitam a iniciativa, enquanto pequenas e médias empresas aprovam. "A iniciativa vai acabar descapitalizando as empresas que investem, produzem e sustentam empregos em um contexto de emergência sanitária", declarou a União Industrial Argentina. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas