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VIOLÊNCIA

MS apresenta pior resultado do País com 83,1 casos de estupro a cada 100 mil habitantes

Em números absolutos, a maior parte das ocorrências de estupro foi notificada em São Paulo, com 12,3 mil registros feitos

19 outubro 2020 - 12h00Da Redação
Violência doméstica tem crescido durante isolamento social pelo coronavírus
Violência doméstica tem crescido durante isolamento social pelo coronavírus - ( Foto: Gabriela Biló / Estadão)

Mato Grosso do Sul segue com resultados alarmantes, quando o assunto violência contra a mulher. Conforme os dados o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Estado segue com o pior resultado do País, apresentando taxa de 83,1 casos por 100 mil habitantes no ano passado.

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Em números absolutos, a maior parte das ocorrências de estupro foi notificada em São Paulo, com 12,3 mil registros feitos. Em relação à autoria, o Fórum verificou que em 84% das vezes o autor era conhecido da vítima.

No ano passado, o País registrou ainda um total de 66.123 boletins de ocorrência de estupro, ou 1% a menos do que em 2018. Na prática, o indicador representa um caso a cada oito minutos. Segundo o relatório, a maioria das vítimas é do sexo feminino (85,7%) e tem no máximo 13 anos (57,9%). Em três a cada dez casos no País, a criança não chegou a completar 10 anos.

Se tratando de feminicídio, as estatísticas mostram aumento de registros por taxa de 100 mil habitantes. Mato Grosso do Sul ficou em terceiro lugar no ranking, atrás do Acre e Alagoas.

Segundo o relatório, as chamadas por violência doméstica para o 190, número que aciona a Polícia Militar, subiram 3,8% no período. Em contrapartida, exceto pelos homicídios, todos os crimes motivados por questão de gênero sofreram queda de registro nas delegacias - o que leva pesquisadores a crer que, em vez de representar uma melhora do cenário, na verdade a pandemia de coronavírus teria dificultado ainda mais o combate a esse tipo de crime no País.

O Brasil registrou 648 casos de feminicídio no primeiro semestre de 2020, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O índice representa aumento de 1,9% em relação aos seis primeiros meses de 2019. O comportamento de outros indicadores de violência contra as mulheres aponta, ainda, que a quarentena e a falta de políticas públicas podem ter dificultado que as vítimas buscassem socorro.

Já os dados consolidados de 2019 apontam que os feminicídios registraram alta de 7,1% no Brasil, com um total de 1.326 ocorrências, o equivalente a mais de três casos por dia. Os pesquisadores alertam que a escalada de casos vista a partir de 2015 pode estar relacionada tanto com melhorias na forma como os Estados notificam o crime, quanto ao aumento, de fato, do fenômeno.

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