
Quem não gosta de ronco simplesmente porque ele atrapalha o sono tem algo mais a se preocupar. Pesquisadores da Leeds University (Grã-Betanha) alertam: pessoas que roncam muito podem estar mais propensas a desenvolver o mal de Alzheimer.

O ronco, segundo o estudo, assim como quaisquer fatores que provoquem a diminuição da oxigenação do cérebro (derrames e ataques cardíacos), tornam o paciente mais susceptível à acumulação de substâncias tóxicas que estariam associadas ao mal de Alzheimer. Pessoas que roncam muito, cujos padrões de sono sejam tais que durante a noite haja momentos em que o cérebro fica hipóxico (sem oxigênio suficiente), impedindo que o coração e os pulmões trabalhem juntos, podem levar a dano irreversível nas células, aumentando as chances de desenvolver o Alzheimer.
Além disso, o ronco e a síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAHSO) podem trazer, além dos transtornos sociais e psicológicos, conseqüências físicas para seus portadores. O paciente apnéico tem em torno de três vezes mais chances de sofrer de hipertensão, arritmias cardíacas e infarto. Além disso, a sonolência diurna excessiva causada pela má qualidade do sono desses pacientes pode aumentar em até sete vezes as chances de acidentes de trânsito e de trabalho.
Uma nova possibilidade de trabalho vem se abrindo na Odontologia através do tratamento de distúrbios que afetam entre 2 a 4% das mulheres adultas e 4 a 9% dos homens adultos: o ronco e a apnéia obstrutiva do sono. Até agora objetos de atenção exclusiva dos médicos, estes problemas vêm recebendo uma nova abordagem através dos dispositivos intra-orais, cuja indicação e aplicação cabe aos dentistas.
O aparelho intra-oral é uma alternativa simples e que tem alcançado grande sucesso, já que promove o equilíbrio esquelético e muscular, permitindo que o paciente tenha uma excelente qualidade do sono e conseqüentemente de vida.
A Dra Grazieli Rezende (Ortodontista da Odontoart e membro da Sociedade Brasileira do Sono) explica que o aparelho intra-oral funciona avançando a mandíbula e mantendo-a firmemente nesta posição. O avanço da mandíbula faz com que os tecidos da garganta se “estiquem” aumentando a abertura para a passagem do ar e estimulando a musculatura da faringe, tornado-a mais firme e evitando o ronco. O aparelho não traz nenhuma mudança física ao paciente, resolvendo o problema apenas quando estiver sendo utilizado, da mesma maneira que os óculos, que corrigem a visão, porém não alteram o olho.
Apesar do ronco ser o problema mais incômodo do ponto de vista dos pacientes, é preciso haver maior preocupação com relação a apnéia do sono, que pode trazer diversos malefícios à saúde. É importante frisar que a eficácia dos aparelhos intrabucais quando o profissional é habilitado, com comprovação teórica e clínica, é realmente satisfatória, havendo real solução do problema.
