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Copa do Mundo

Preço de ingresso da Copa no mercado negro custa até R$ 164,5 mil

6 fevereiro 2014 - 07h05
Quanto você pagaria pela oportunidade de ver no estádio a final da Copa do Mundo no Brasil? Pelo jeito, há gente que acredita que o torcedor está disposto a pagar bem caro por isso. Princípio básico da economia, a lei da oferta e procura fez os preços dos ingressos para o Mundial inflarem a somas obscenas.
Enquanto no site da Fifa, as possibilidades de conseguir uma entrada ficam cada vez mais remotas, sites obscuros vendem no mercado negro bilhetes por até R$ 164,75 mil por uma cadeira no Maracanã na final da competição. Porém, este site só aceita no mínimo a compra de dois tíquetes por cartão de crédito.
Ou seja, na fatura o consumidor terá que desembolsar impressionantes R$ 329,5 mil. Esse valor facilmente pagaria o salário de um jogador de destaque no mercado do futebol brasileiro ou até permitiria que um clube importasse alguma revelação sul-americana.
Além de trabalhar com preços abusivos, a prática desses sites é ilegal de acordo com a Fifa. A entidade lembra que desde 2003 o Estatuto do Torcedor tornou crime revender uma entrada para evento esportivo por preço acima do valor original. Isto faz destes sites de ingressos que aparecem em buscas no Google uma espécie de cambistas virtuais.
Ainda de acordo com a Fifa, a Lei Geral da Copa também proíbe a comercialização de bilhetes sem ser pelo site oficial do evento. E mesmo que o negócio seja honrado e a entrada entregue ao cliente, existe a possibilidade de o tíquete não valer no dia do jogo. O Departamento de Imprensa da entidade informa que o bilhete pode ser cancelado se for comprovado que foi comprado no mercado negro.
O Procon de São Paulo também vê irregularidades e informa que vai pedir que estes sites sejam retirados do ar. Mas o diretor-executivo, Paulo Arthur Góes, explica que a medida pode ser aplicada somente nos endereços com domínio .com.br ou naquelas empresas que possuem escritório em São Paulo.
Ocorre que a maioria não se enquadra nestes quesitos. Apenas o Viagogo tem domínio brasileiro. O Iguana Tickets, justo o que vende ingresso a R$ 164,75 mil, oferece uma página batizada de Brasil que conta com atendimento online em Português. Os outros cinco encontrados pela reportagem têm escritórios na Europa e Estados Unidos.
O diretor executivo do Procon diz que nestes últimos sites se a entrada for falsa ou o pedido jamais for entregue fica difícil punir os responsáveis. Góes acrescenta que pela dinâmica da internet é muito complicado identificar os autores da fraude. Ele ressalta que somente a Fifa está autorizada a comercializar os ingressos.
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