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LUTA POR DIREITOS

Pandemia registra aumento no serviço delivery em MS e motoboys lutam por melhorias na categoria

A maior demanda das entregas por aplicativos despertou nos servidores dessa categoria o sentimento de luta por seus direitos trabalhistas

27 julho 2020 - 11h21Victória de Oliveira
A demanda por entregas em MS subiu devido a pandemia do novo coronavírus
A demanda por entregas em MS subiu devido a pandemia do novo coronavírus - (Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

A pandemia do coronavírus em MS mudou a rotina dos empresários do ramo alimentício, já que o serviço de entrega passou a ser prioridade neste momento. Com o aumento da demanda, é normal que a categoria hoje esteja buscando melhorias nas condições de trabalho.

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O Estado possui em torno de 15 mil trabalhadores de veículos sob duas rodas, seletistas e agora dos aplicativos, e desse total, 5.126 não possuem registro, conforme o Sindicato Profissional dos Moto Entregadores de Mato Grosso do Sul (SINPROMES-MS).

Desde fevereiro até o momento, o número de motoqueiros de aplicativos subiu 80%. São 4.500 trabalhadores atendendo diversos estabelecimentos em MS.

Felipe Passarelli Roque, 19, faz parte desses índices, já que encontrou no trabalho autônomo há dois meses uma maneira de amenizar financeiramente os efeitos da pandemia. “A demanda está boa, os mais antigos falam que melhorou com a pandemia”, disse o motoboy.

Felipe, que trabalha para a plataforma de entregas, afirmou que a empresa ajudou com alguns equipamentos de proteção. “Recebemos kit com 10 máscaras e pote de álcool em gel para usar nas entregas”, diz. Apesar de ser autônomo, o motoboy gostaria que a categoria tivesse mais valorização, mas acredita que isto não é algo tão simples. “Com carteira de trabalho assinada até poderia ficar melhor, profissionais com mais benefícios... Mas acho difícil, pois o trabalho é autônomo e todos que estão trabalhando sabem, e entram só para tirar uma renda extra.”

No entanto, atualmente, um dos assuntos mais discutidos pela categoria é a pouca valorização dada ao moto entregador, uma vez que muitos ainda possuem dificuldade em enxergar esse serviço como uma profissão.

Paulo Pinheiro, presidente da Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul (APPLIC-MS), explicou ao portal A Crítica que, agora com alta necessidade das entregas, a luta por melhores direitos trabalhistas é essencial. “Houve uma demanda muito grande de vários serviços. O serviço de entrega é muito solicitado, muito essencial para a população.

"A categoria busca a valorização, tanto em questão de atendimento das plataformas com os motoristas, quanto com os equipamentos de serviço deles”, expôs Pinheiro.

A mesma situação é apontada por Luiz Carlos Escobar, presidente do Sindicato Profissional dos Moto Entregadores de Mato Grosso do Sul (SINPROMES-MS) e diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores Motociclistas e Motofretistas Profissionais do Brasil (Fentramoto). “Hoje a demanda por trabalhadores de aplicativos é muito grande, muitos trabalhadores estavam desempregados. O Sindicato ajuda os trabalhadores com normas, leis”, afirma.

No último sábado (25) motoboys de todo o País aderiram a paralisação, mas em Campo Grande continuaram trabalhando normalmente. “A previsão era em nível nacional onde os trabalhadores discutem uma paralisação. Em Campo Grande os trabalhadores não buscam seus direitos, se ele fosse um servidor com vínculo empregatício, a situação seria outra. O sindicato encaminhou para os entregadores aderirem, mas eles optaram por não realizar”, disse.

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