
As pessoas que têm esta doença têm demonstrado desordens de alimentação ligadas a uma obsessão compulsiva por só comer alimentos saudáveis. Ao contrário da anorexia ou bulimia, a pessoa come, mas fica tão obcecada com a alimentação saudável que chega a ter desnutrição. O transtorno foi descrito pela primeira vez pelo médico Steven Bratman, em 1997, e é frequentemente associado a dietas de vegetarianas ou de alimentos crus.
Segundo Mauro Scharf, endocrinologista da DASA, que é representada em Mato Grosso pelas marcas Cedic/Cedilab, os pacientes ortoréxicos consomem apenas alimentos saudáveis e analisam compulsivamente o conteúdo nutricional de tudo que ingerem. Calorias, vitaminas e nutrientes tornam-se o ponto focal da comida e qualquer alimento considerado não saudável não é consumido. “Estas pessoas levam a obsessão com o conteúdo dos seus alimentos ao extremo, e não se permitem, em circunstância alguma, um desvio do seu programa de tipos de alimentos autorizados”, reforça o médico.

Scharf explica que os ortoréxicos podem ficar seriamente afetados e a comunicação em casa também pode sofrer com isso. A pessoa pode começar a se isolar e se tornar distante à medida que se vai fixando cada vez mais nas suas regras dietéticas. Para alguns, a capacidade de desempenhar trabalhos ou de estudar pode começar a declinar. “A preocupação compulsiva chega a um ponto que, por exemplo, pensar em quantas vezes se deve mastigar, acaba deixando pouco espaço para outros pensamentos, fazendo com que a concentração e a motivação acabem por ficar em segundo plano”, explica.
Um exemplo dessa tendência é a comprovação de que, nos Estados Unidos, as buscas no Google pela palavra “bacon” têm batido recordes nos últimos anos e vários livros foram escritos no país sobre o impacto do bacon na obesidade.
