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Saúde

ONU: Mais planejamento e assistência reduziriam mortes de bebês em 50%

22 dezembro 2009 - 16h55
Comper

Se o mundo dobrasse a quantia que gasta hoje com planejamento familiar e assistência durante a gravidez em países em desenvolvimento, 70% das mortes de mães e 50% das mortes de bebês recém-nascidos poderiam ser evitadas, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas, ONU.

Investimentos direcionados também poderiam reduzir em dois terços o número de gravidezes indesejadas e de abortos realizados de forma perigosa, contribuindo também para uma redução na pobreza - diz o documento.

Produzido pelo Guttmacher Institute e UNFPA, o Fundo da População das Nações Unidas, o relatório diz que meio milhão de mães e 3,5 milhões de bebês recém-nascidos morrem todos os anos em países em desenvolvimento.

Segundo os especialistas, essas mortes poderiam ser facilmente evitadas.

"Investir em um punhado de serviços básicos de saúde, como planejamento familiar e assistência de rotina durante a gravidez e no parto, poderia salvar milhões de mulheres e bebês", disse a presidente do Guttmacher Institute, Sharon Camp.

"Não é ciência espacial. São serviços básicos que podem ser oferecidos a baixos custos e localmente, suplementados por assistência de emergência quando necessário".

Maior Eficiência

Cerca de US$ 12 bilhões são gastos anualmente no mundo em planejamento familiar e assistência à mãe e bebê - a maior parte desse dinheiro vem de países desenvolvidos e das próprias famílias.

O relatório sugere que o investimento total necessário para evitar milhões de mortes em países pobres seria pouco mais do que o dobro desse valor, cerca de US$ 24,6 bilhões.

Intitulado Adding It Up: The Costs and Benefits of Investing in Family Planning and Maternal and Newborn Health, ("Fazendo a Soma: Os Custos e Benefícios de se Investir em Planejamento Familiar e Saúde da Mãe e do Bebê", em tradução livre), o relatório também ressalta que o investimento em planejamento familiar aumenta a eficiência de cada dólar gasto com a oferta de assistência à mãe durante a gravidez e ao recém-nascido.

Ou seja, investir simultaneamente em planejamento familiar e em serviços para a mãe e bebê pode produzir os mesmos benefícios, gastando-se US$ 1,5 bilhão a menos, do que quando o investimento é feito apenas em assistência à mãe e ao recém-nascido.

O relatório quantifica os benefícios de se oferecer planejamento familiar e assistência à mãe e bebê.

O efeito potencializador da combinação, segundo o documento, é dramático: as mortes de 400 mil mães e 1,6 milhões de bebês seriam evitadas; o número de gravidezes indesejadas cairia mais de dois terços, abortos perigosos e complicações resultantes diminuiriam em 75%.

Tudo isso, segundo os especialistas, levaria a uma redução na pobreza e maior desenvolvimento econômico de países pobres.

Benefícios de se combinar planejamento familiar e assitência à mãe e ao recém-nascido

•as mortes de quase 400 mil mulheres e de 1,6 milhão de bebês seriam evitadas
•o número de gravidezes indesejadas cairia em dois terços
•abortos perigosos e complicações resultantes cairiam em 75%
•o efeito combinado levaria à redução na pobreza e ao aumento no desenvolvimento econômico em países pobres

"O investimento é modesto em relação aos vastos benefícios", disse Thoraya Ahmed Obaid, diretora executiva da UNFPA.

Dinheiro gasto com planejamento familiar produz um aumento no uso de preservativos e tem, portanto, o efeito adicional de prevenir o alastramento do vírus HIV e de outras doenças transmitidas sexualmente, dizem os especialistas.

"O relatório mostra a melhor forma de se direcionar os recursos para alcançar os maiores ganhos. Investir nas mulheres tem benefícios enormes, não apenas para indivíduos e famílias, mas para a sociedade como um todo", disse a presidente do Guttmacher Institute, Sharon Camp.

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