Os motivos do apagão de terça-feira ainda são desconhecidos, mas hoje o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirmou que a queda de raio é cogitada como uma das hipóteses de causa do blecaute que deixou seis milhões de pessoas sem luz em 13 Estados na terça-feira.
Falha humana e recorde de consumo de energia são hipóteses descartadas, segundo o ONS. O diretor-geral do órgão, Hermes Chipp, negou que o fato de o País estar registrando picos recordes de consumo de energia tenha provocado o apagão. "Não há relação com isso. Não há nenhuma linha de transmissão operando fora do limite", afirmou, lembrando que as termelétricas estão em operação neste momento, o que reduz o estresse sobre a transmissão.
Para especialistas, contudo, a incerteza regulatória e erros de planejamento deixam a rede de transmissão mais sujeita a falhas em momentos de grande estresse do sistema elétrico.
De acordo com Chipp, o relatório com as conclusões sobre o apagão deverá ser concluído em 15 dias.
Sobre as condições de abastecimento de energia, Chipp afirmou que o ONS está focando no curto prazo para administrar o sistema durante esse período de escassez. "As chuvas virão. Nunca teve um ano em que as chuvas não vieram. Só espero que venham nos lugares adequados para ficarmos mais tranquilos", afirmou o operador, em referência sobre a necessidade de as chuvas ocorrerem nas principais bacias hidrográficas do País.
Apesar das condições mais adversas, Chipp comentou que os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do País, ainda têm uma margem de segurança para aguentar a demanda do sistema até as chuvas ocorrerem. "O sistema terminou o ano em 40% da capacidade e hoje está em 38,8%. Ainda estamos com uma margem grande", assegurou.
