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Internacional

Internet e crises ameaçam livrarias da Europa

1 março 2014 - 13h38
No coração de Barcelona, a Llibreria Catalònia não resistiu e fechou no ano passado, depois de 88 anos de existência. Ela havia sobrevivido à Guerra Civil, a um incêndio e transformações políticas. Mas não resistiu à pior crise na Europa em 70 anos, somada à mudança radical gerada pela internet no hábito de consumo dos leitores e as grandes redes comerciais. O local de 800 m² passaria a ser um McDonald's.
Em toda a Europa, centenas de livrarias estão fechando as portas em Barcelona, Londres, Lisboa, Roma ou Paris, num movimento que não considera nem a tradição nem o papel literário que esses lugares ocuparam para esses países.
Em Barcelona, a Catalònia registrou uma queda de 40% de suas vendas desde 2009. "Sobre a crise geral se soma ainda a crise do livro", explicou Miquel Colomer, ex-gerente da Catalònia. Para ele, porém, não é o e-book que está matando as livrarias, mas sim a distribuição pela internet, fenômenos como a Amazon e ainda o fato de que as pessoas simplesmente deixaram de comprar guias de turismo ou outros livros técnicos, além, obviamente, da taxa recorde de desemprego no país.
Sua livraria não foi a única a fechar as portas. A tradicional Rumor, no bairro de Chamartín, em Madri, também seguiu o mesmo caminho. No início deste ano, foi a Altair que não aguentou depois de 17 anos de atividade na capital espanhola. Em Barcelona, a livraria Anocray Delfin, aberta em 1956, também acabou fechando.
De acordo com a Confederação Espanhola de Livreiros, mais de cem livrarias encerraram atividades pelo país desde 2009. Mais de 1,2 mil postos de trabalho foram abolidos e pelo menos outras 500 livrarias, de um total nacional de 3,5 mil, estão ameaçadas. Em cinco anos, as vendas desse setor caíram pela metade.
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