
A frota necessária para atender o mercado brasileiro será três vezes maior do que a atual em 2032, segundo estimativas da Airbus. Hoje 480 aviões com mais de cem lugares são usados por empresas nacionais e estrangeiras para voos que chegam ou partem do Brasil, um número que, se a Airbus estiver certa, saltará para 1.325 em 2032.
Para o vice-presidente da Airbus na América Latina, Rafael Alonso, a retração na oferta de voos no País é um fenômeno de curto prazo, que será revertido. ”O País vai demandar mais aeronaves por várias razões. A classe média continuará a crescer nos próximos anos, e a tendência é que a oferta de voos seja ampliada”, disse.
Para Alonso, há muitas oportunidades para ampliar rotas dentro da América Latina. “Na Europa, as 20 maiores cidades são ligadas por voos diretos e diários. Na América Latina, muitas delas nem são conectadas. Hoje não existe, por exemplo, um voo direto de Brasília para Lima”, explica Alonso.
A Airbus também estima que a aviação regional vai se desenvolver no Brasil. A fabricante de aeronaves europeia não deve, no entanto, oferecer aeronaves para voos que partam ou chegue a cidades pequenas. Para esses voos, as empresas têm optado por aviões com menos de cem lugares, um segmento que não é atendido pelos jatos da Airbus.
A companhia, no entanto, faz parte do grupo EADS, que é acionista da fabricante de aeronaves turboélice ATR, um avião usado para voos com demanda menor.
Segundo Alonso, o desenvolvimento da aviação regional no Brasil é positivo para a Airbus. “Esses voos que vem das cidades pequenas são alimentadores e trazem novos passageiros para o sistema”, diz.
O passageiro do interior viaja em um avião menor até uma grande cidade e, de lá, pode seguir em um voo de longa distância em um avião maior. “Tudo que gera tráfego aéreo é bom para a Airbus”, resume Alonso.
