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Evento

Festival do Moti preserva tradição japonesa de Ano Novo em Campo Grande

30 dezembro 2013 - 09h41
Terça da Carne
A Associação Cultural, Esportiva Nipo-Brasileira de Campo Grande (ACENB) promove nesta terça-feira (31) em sua sede social, o tradicional “Festival do Moti”, que é um dos simbolos mais importantes de fim de ano da cultura japonesa. O evento é uma espécie de ritual de preparo artesanal do alimento denominado moti, sendo um bolinho de arroz, conhecido também como “bolinho da prosperidade”. O evento é da colonia, mas está aberto aos interessados pela cultura, gratuitamente, amanhã pela manhã, na comunidade japonesa. O trabalho em grupo simboliza o esforço e a união, conforme explica o presidente da entidade, Acelino Sinjo Nakasato.
Acelino detalhe que as famílias se reúnem em volta de um pilão para socar um arroz especial e produzir o moti. Assim, o preparo e união das famílias, formam um importante ingrediente para as celebrações do novo ano.
O “Festival do Moti” acontece tradicionalmente no dia primeiro de janeiro, mas a AECNB resolveu antecipar neste ano para o dia 31 de dezembro. “Antecipamos um pouco a data desse evento na Associação, porque as famílias tem suas reuniões com parentes no dia primeiro”, disse o presidente da entidade.
No Japão, sabe-se que o festival está desaparecendo aos poucos nas grandes cidades e as famílias passaram a comprar o moti industrializado para as celebrações. "Se lá já está enfraquecendo, queremos com nosso o Festival do Moti, ser uma forma de manter a tradição da cultura japonesa entre as famílias dos associados", diz Acelino.
Preparo do Moti
O “moti” é preparado com um arroz especial, mais duro que o arroz comum. Este deve ser colocado de molho na água durante um dia e depois cozido no vapor.
A socagem no pilão representa uma das fases mais interessantes do ritual. Ela é feita com uma espécie de marreta de madeira. Socar o moti requer uma certa habilidade e coordenação por parte dos participantes. Enquanto uma pessoa soca, outra deve borrifar água e virar o arroz durante o intervalo da socagem. Isso serve para o arroz não grudar no bastão e no pilão.
Geralmente, o ritual da socagem do moti envolve muitas pessoas, que se revezam no trabalho. Essa participação tem a simbologia da união e do esforço das pessoas.
O moti fica pronto quando a pasta de arroz se transforma em uma massa lisa e firme. A partir daí, a massa é cortada em bolinhos, que são enrolados e farinhados com amigo de milho, em tamanhos variados conforme a sua utilização.
O “moti tsuki” no último dia do ano tem a finalidade de produzir o moti para se fazer o “ozooni” , uma das principais simbologias da culinária japonesa do Ano Novo. O moti é utilizado ainda para oferecer aos altares budistas.
Ozooni
O ozooni é uma sopa de moti servida no Ano Novo. Segundo a tradição japonesa, quem tomar essa iguaria vai ter muita sorte no ano que se inicia.
Os mais antigos recomendam que essa seja a primeira refeição no ano. Dizem que o consumo do “ozooni” traz saúde, felicidade, paz e prosperidade.
Existem diferentes versões dessa sopa de acordo com cada região do Japão. Entretanto, em sua receita básica vão caldo de peixe, algas e, logicamente, o moti.
Consumo
Além do “ozooni”, o moti pode ser consumido de muitas outras formas. Os bolinhos podem ser servidos puros, recheados com “anko” (doce de feijão azuki), ou ainda fritos e grelhados com molho de soja e açúcar. Outra variação é o “oshiruko” (sobremesa de azuki cozido com açúcar com moti).
Apesar de sua simbologia especial nas cerimônias de fim de ano, o moti é utilizado também em outras cerimônias e ainda consumido o ano todo. Entretanto, os produtos encontrados nas lojas são geralmente industrializados, e não artesanais.
Serviço
O evento é aberto aos interessados gratuitamente a partir das 9h00. A Associação Esportiva e Cultural Nipo Brasileira de Campo Grande está localizada na Rua Antonio Maria Coelho, 1068, centro. Mais informações: 3321-3253.
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