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Internacional

EUA sobem o tom e ameaçam expulsar Rússia do G-8

3 março 2014 - 13h56
Durante um telefonema de 90 minutos no sábado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, traçou a seu homólogo russo Vladimir Putin o horizonte de consequências que poderiam se desenrolar caso ele não interrompesse seu esforço de intervir militarmente na Ucrânia. Além da ausência da conferência do G-8, que acontecerá em Sochi no próximo mês de junho, o governante norte-americano também ameaçou fazer um bloqueio econômico e político que, ontem, o secretário de Estado, John Kerry, tornou mais concreto, propondo a possibilidade de congelar os ativos, multas comerciais e uma potencial expulsão de Moscou do G-8.
“Se Rússia quer ser um membro do G-8 deve se comportar como um país do G-8”, reiterou Kerry, ao comparecer em vários programas de televisão. O chefe da diplomacia norte-americana se mostrou favorável a impor multas à Rússia caso o país não voltasse atrás em seus planos de interferência na Ucrânia e ressaltou a importância de que a comunidade e os organismos internacionais ofereçam uma resposta coordenada ao último desafio de Putin. “Acho que isso terá um peso importante."
Durante a guerra da Georgia, em 2008, os EUA já haviam ameaçado expulsar a Rússia do G-8 e suspender os acordos comerciais e econômicos com o país, mas isso não dissuadiu o Kremlin. Descartada uma intervenção militar, a indefinição dos líderes ocidentais sobre a reação mais efetiva e contundente diante da nova investida de Moscou demonstra a escassa margem de manobra perante um país que, neste momento, é determinante em quase todas as partidas do xadrez geopolítico que os EUA estão jogando.
Washington precisa da Rússia para salvaguardar as negociações em torno do programa nuclear do Irã, para buscar uma solução ao sangrento conflito na Síria e para garantir a assistência material e de segurança na retirada de suas tropas e as do contingente da OTAN do Afeganistão.
França e Grã-Bretanha se somaram à decisão dos EUA de boicotar a próxima reunião do G-8. A Casa Branca examina a imposição de multas econômicas e o congelamento das negociações de acordos comerciais com a Rússia. Medidas que contam com o consentimento do Capitólio, mas que não têm eco na Europa não parecem que vão ter efeito no Kremlin. Os ministros de Assuntos Exteriores da UE se reúnem nesta segunda-feira para abordar a crise ucraniana, as sanções econômicas estarão sob a mesa, mas, de novo, a dependência energética de Moscou pode anular a influência com a qual Bruxelas poderia contar.
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