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Delegado e comandante são ouvidos pela CPI que apura violência contra indígenas em MS

Durante as oitivas, o delegado Roberval Rodrigues e o coronel Deusdete Souza trouxeram informações e entregaram documentos que servirão de base para as investigações da comissão.

5 fevereiro 2016 - 09h30DA REDAÇÃO
Divulgação
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O deputado João Grandão, presidente da CPI que investiga a ação/omissão do estado do Mato Grosso do Sul nos casos de violência praticados contra os povos indígenas entre 2000 e 2015, classificou como positiva a reunião desta quinta-feira, 4, e as oitivas com o delegado geral da Polícia Civil, Roberval Maurício Cardoso Rodrigues, e com o comandante da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, coronel Deusdete Souza de Oliveira Filho.

Em contribuição aos trabalhos de apuração, o delegado Roberval Rodrigues entregou aos parlamentares que integram a comissão uma lista de todas as ocorrências investigadas pela Polícia Civil e encaminhadas ao Ministério Público Estadual ao longo dos últimos 15 anos. “Está tudo relatado nesses inquéritos, inclusive com autoria concluída, tudo devidamente entregue ao Ministério Público. A partir daí, o que tiver de ser julgado o MPE encaminhará ao Judiciário”, explicou o delegado.


Após o depoimento, a comissão, por sugestão da deputada Antonieta Amorim, decidiu que enviará ofício ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal convidando seus respectivos representantes para as próximas oitivas. “Precisamos saber quais os encaminhamentos dados a esses inquéritos”, pontuou a parlamentar.


Em sua fala, o comandante da Polícia Militar, Deusdete Oliveira Filho, entregou alguns documentos à comissão e exaltou o trabalho da instituição da qual faz parte no apoio junto às autoridades federais.


Segundo ele, foram registradas 2.167 ocorrências nas reservas indígenas do estado entre 2007 e 2016, a grande maioria referente a homicídios, suicídios, tráfico de drogas e estupros, tendo os municípios de Japorã, Dourados, Caarapó e Amambaí como os líderes dessas ocorrências.
O comandante também reconheceu o trabalho da comissão. “Quero parabenizar o deputado João Grandão pela condução desta comissão, pois se a Polícia Militar fizer algo errado, por omissão ou não, deve responder. A população é nosso bem maior e temos que aprimorar o trabalho e ser cobrados constantemente, até para justificar nossa existência”, disse.

Durante a reunião, os parlamentares também deliberaram sobre a solicitação de relatórios para a Fundação Nacional do Índio (Funai); Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai); do Ministério Público Federal (MPF) e a reiteração do pedido à Polícia Federal dos relatórios sobre os casos de violência que envolveram os povos indígenas entre 2000 e 2015 no Mato Grosso do Sul.

“A equipe está preparando esses quatro expedientes e esperamos que todas as autoridades estaduais e federais contribuam com o processo, pois o que buscamos aqui com essa comissão é a verdade e uma resposta à sociedade. Queremos saber como estão esses inquéritos, o que foi efetivamente julgado e punido e todas essas informações serão importantes para o trabalho de apuração”, disse o deputado João Grandão.

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