
O presidente do Conselho Regional de Odontologia, Silvano da Silva Silvestre, participou na última segunda-feira, dia 29, de uma força-tarefa com fiscais da Vigilância Sanitária e de policiais da Delegacia de Defraudações.

Os policiais prenderam Rubens Alves da Silva, 51 anos, que atuava como “prático”, na Rua Pirituba, 549, Bairro Guanandi, onde mantém uma clínica irregular, a Clínica Intra Oral. Ele vinha sendo investigado já há algum tempo pelo CRO/MS. A fiscalização constatou irregularidades (como a falta de responsável técnico) na outra clínica (na Rua 15 de Novembro, centro da cidade) do qual Rubens é proprietário. O prático teria feito no Paraná um curso de protético por correspondência há 30 anos, que não o habilita nem para o exercício da função de protético.
O CRO/MS vai investigar se a esposa de Valdir, Neusa de Oliveira, que é protética com inscrição no Conselho, era conivente com a atuação dele como falso dentista. O mesmo procedimento será adotado em relação às duas profissionais que estavam prestando atendimento na clínica no momento do flagrante.
O que desencadeou a operação da última segunda-feira, para constatar se de fato Rubens atuava como cirurgião-dentista, foi a denúncia de uma cirurgia dentista . Ela formalizou denúncia no Conselho no último dia 31 de maio e registrou queixa na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).
Na ocorrência policial, a cirurgiã dentista informou que um dos pacientes que procurou o “prático”, Gustavo Henrique Vilalba, 23 anos, esteve em seu consultório porque achou barato demais o orçamento apresentado por Rubens. Gustavo mora perto da clínica Intra Ora. Ele só não fez o tratamento porque desconfiou do diagnóstico repassado pelo falso dentista, o qual apontava a necessidade de realizar quatro canais. A suspeita ficou ainda forte quando Silva deu um orçamento de R$ 800,00 para tratar todos os dentes, valor bem abaixo do mercado, segundo Vilalba. “Fiquei com a pulga atrás da orelha”, revela o paciente. No momento da fiscalização, Silva estava atendendo a auxiliar de enfermagem, Prisciele Henrique de 28 anos. De acordo com a cliente, mesmo sem examinar seus dentes, o falso dentista teria dito que havia necessidade da extração de um deles, o que faria depois que ela pagasse a consulta à secretaria.
