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Crise Mundial

Crise cancela projetos e produção de soja pode cair com 5% por falta de crédito

A área plantada de soja deve cair 5%, o que resultará , caso a estimativa se confirma, que R$ 133 m
A área plantada de soja deve cair 5%, o que resultará , caso a estimativa se confirma, que R$ 133 m - Divulgação

A crise financeira internacional, que começou nos Estados Unidos e hoje tem escala planetária, encareceu e restringiu o aceso ao crédito, começa atingir a economia real em Mato Grosso do Sul, comprometendo futuros projetos nas áreas de açúcar e álcool.

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A Coopercentral Aurora anunciou o cancelamento do projeto envolvendo investimento de R$ 70 milhões na ampliação, abate e industrialização de suínos, da unidade de São Gabriel do Oeste. A crise está atrapalhando a venda da Cooagri (Cooperativa Agropecuária e Industrial), iniciada em meados de setembro. A cooperativa está hoje mergulhada numa crise por conta de um passivo de R$ 200 milhões.
A área plantada de soja deve cair 5%, o que resultará , caso a estimativa se confirma, que R$ 133 milhões deixarão de circular na economia, tendo como base uma cotação de R$ 40,00 a saca de 60 quilos de soja. O valor corresponde ao faturamento de 200 mil toneladas que deixarão de ser colhidos.
Outros fatos vieram a público nesta semana que podem ter relação com o encarecimento do crédito vem a público. Uma das maiores redes regionais de supermercados, a Campos, foi colocada a venda pelo proprietário Douglas Campos, fundador da Rede Econômica, que tem 50 pequenos e médios supermercados unidos para enfrentar a concorrências das grandes redes. A Siqueira Automóveis, uma das garagens que atua na venda de carros usados, fechou há uma semana a loja que mantinha na Avenida Bandeirantes (no prédio onde funcionou a Chacha Veículos) .
No caso do projeto de ampliação do frigorífico em São Gabriel do Oeste, o presidente da Cooperativa Aurora, Mário Lanznaster, explicou que ao todo, R$ 490 milhões em investimentos foram suspensos. De acordo com ele, os bancos estão com os financiamentos engessados e as exportações de carnes estão praticamente paradas.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já está atrasando a liberação de recursos para a construção de usinas. Outros projetos a serem financiados com recursos de fundos internacionais podem estar ameaçados, caso a economia não se normalize nos próximos meses. Ao todo, segundo o governo do Estado, Mato Grosso do Sul tem 43 projetos de usinas, previstos para inauguração até 2018.
Em Dourados, o agropecuarista Celso Dal Lago disse que a liberação de recurso do BNDES para a construção da Usina Dourados está atrasada. Ele constrói a usina para moer três milhões de toneladas de cana por ano, em Itahum, em sociedade com a Unialco, que já opera no interior de São Paulo. “É uma situação que nos deixa preocupados”, diz Celso. Na opinião dele, os projetos que dependem de recursos internacionais estão em situação muito mais problemática e devem ficar em compasso de espera.
A situação é critica em toda a cadeia do agronegócio, segundo Dal Lago. “Vai pegar todos os setores, não só o sucroalcooleiro, mas também a soja e o bovino”, diz sobre a crise. Mas, ele acredita que, se o mercado normalizar, todos os 43 projetos podem sair do papel.

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