
Brasília, terça-feira, 11 de março de 2014

Cláudio Humberto
“Há tanto judicialização da política quanto politização do Judiciário”
Ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) repetindo o mais recente mantra do PT
Dilma sobre o líder do PMDB: ‘Agora é guerra!’
A presidenta Dilma comunicou à cúpula do PMDB que não haverá dificuldade em atender o partido, mas avisou que não aceitará qualquer entendimento com o líder na Câmara, Eduardo Cunha (RJ): “Cheguei ao meu limite, agora é guerra!” Senadores e o vice Michel Temer tentaram ponderar, lembrando o “mal” que Cunha pode fazer ao governo, nas votações, mas ela está irredutível: “Vamos enfrentar isso”.
Tamos juntos
A presidenta disse que não tem interesse em “depreciar” o PMDB. Quando isso acontece, disse ela, seu governo também é atingido.
Importante revelação
Dilma se diz revoltada com a “falsidade” de Eduardo Cunha: enquanto a atacava em público, tentava indicar ministros em particular.
Primeira indicação
Em meio a acusações contra Dilma e o PT, Cunha indicava Neri Geller, atual secretário de Políticas Agrícolas para ser ministro da Agricultura.
Segunda indicação
Outra indicação de Cunha, em meio ao tiroteio, foi a de Alexandre de Moraes (recentemente barrado para o CNJ) para ministro do Turismo.
‘Vice-ministro’ da Previdência é alvo de denúncias
O presidente da Fecomércio-Piauí, Valdeci Cavalcanti, afirma que está sendo perseguido por Carlos Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência e presidente do conselho fiscal do Sesc. A perseguição começou, diz ele, após a denúncia que fez a Justiça paulista mandar investigar Gabas por “falso testemunho”, em ação de cobrança de corretagem de imóvel adquirido pelos próprios pais, em Araçatuba.
Dossiês falsos
Cavalcanti acusa o petista Gabas do “método de sempre” de “distribuir dossiês denegrindo pessoas que não comungam com o seu partido”.
Demissões na FAB
Oficiais técnicos da FAB entraram na Justiça contra a demissão de 600 tenentes, na tropa há 9 anos, recrutados por prazo determinado.
Resposta no Salão Oval
Se soubesse da frase de Lula à imprensa italiana (“Obama poderia ter sido um presidente melhor”), o americano responderia: “Idem, cara”.
Votos na convenção
Na tentativa de conter rebelião sem precisar negociar com Eduardo Cunha, Dilma se antecipou para já acertar alianças estaduais: vai apoiar candidatos do PMDB em sete estados (TO, PB, MA, RN, AL, GO e RO), e tentará costurar o consenso no DF, MT e SC.
Negociação
Vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer se reúne nesta terça à noite com Rui Falcão (PT), Valdir Raupp (PMDB) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) para ampliar as conversas.
O tamanho do líder
O primeiro sinal de que o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), estava pendurado na brocha, foi do amigo Henrique Alves, presidente da Câmara. Acusado de fazer jogo duplo, Alves disse a senadores que “a bancada da Câmara não quer romper com o PT; só 20% dela”.
Na ativa
O “blocão” tenta mostrar força: marcou almoço nesta terça (11) na casa de um deputado do PP-MG para acertar a derrubada do Marco Civil da Internet e da criação de comissão externa para investigar a Petrobras.
Perdeu, Pezão
A Justiça Eleitoral do Rio concedeu liminar proibindo o PMDB de usar o slogan “A mudança só começou”. Para o TRE, é “propaganda eleitoral antecipada”. A representação é do ex-aliado e atual arqui-inimigo PT.
Engajamento
Dilma Bolada se engajou na campanha de reeleição. Passou a tarde de ontem (10) alfinetando no Twitter os adversários do PSB. Sobrou para o pré-candidato Eduardo Campos, Marina Silva e Beto Albuquerque.
Foi por pouco
Inicialmente ignorado pelo Planalto, o líder do governo, Eduardo Braga (AM), foi convidado de última hora, ontem, para participar da reunião de Dilma com o vice Michel Temer e a cúpula do PMDB no Senado.
Não-me-toque
Parece até piada, mas o vice Michel Temer e o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) saíram da inconclusiva reunião com Dilma direto para a Base Aérea, rumo ao município de Não-Me-Toque, no RS.
Pergunta ao Pizzolato
Lula vai a Roma perdoar o Papa por confessar o furto de uma cruz ou vai ensinar aos italianos como se faz uma pizza “à la Battisti”?.
PODER SEM PUDOR
O síndico minúsculo
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), mostrou desde cedo como assimilou o jeito Antônio Carlos Magalhães de se impor. No final dos anos 80, o alto clero carlista morava no Condomínio Bosque Suíço, na capital da Bahia, construído pela empreiteira Santa Helena, do clã ACM: entre outros, Antonio Imbassahy, depois prefeito e hoje líder do PSDB na Câmara, e o ex-senador ACM Jr. Aos dez anos, Neto insistiu em se tornar síndico. Foi impedido pela convenção do condomínio, mas criou a figura do “síndico mirim”, à revelia dos moradores, que lhe garantia até verba mensal. ACM Neto foi, assim, o primeiro e único a ocupar o cargo.
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Com Ana Paula Leitão e Teresa Barros
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