
Segundo eles, é a primeira vez que um amputado consegue fazer todos os movimentos utilizando a mente para controlar uma mão artificial.

O projeto da mão biônica foi iniciado há três anos, e custou o equivalente a R$ 6 milhões, financiados pela União Europeia. O implante do equipamento em Petruzziello, de 26 anos, foi realizado em novembro de 2008, mas apenas ontem os resultados foram anunciados. De acordo com cientistas das Escola Sant’Anna, de Pisa, a mão é diretamente controlada pelo sistema nervoso de Petruzziello, que permaneceu com quatro pequenos eletrodos colocados no pulso e no antebraço.
O sistema permite a passagem de sinais entre o cérebro e a mão. Por um mês, o ítalo-brasileiro controlou o movimento por estímulos sensoriais vindos de 32 canais.
Paolo María Rossini, neurologista que dirigiu os trabalhos de implante, realizado por 12 especialistas, explicou ao jornal italiano La Repubblica que a mão biônica possui as mesmas dimensões de uma mão humana, tem os dedos de alumínio e pesa 2 kg. Os mecanismos que possibilitam os movimentos são de aço, enquanto a palma da mão e a cobertura foram feitas de fibra de carbono.
Controle
O paciente conseguiu controlar a mão robótica com três tipos diferentes de aderência, além de fechar o punho, apertar os dedos como uma pinça e mover o dedo mindinho.
“Consegui os movimentos com um exercício de concentração. Precisei de pouco tempo, apenas alguns dias, para mexer todos os dedos. É como se fosse minha mão natural”, afirmou ele.
Rossini frisou que, durante os dias nos quais passou com os eletrodos conectados, o paciente aprendeu a mover os dedos robóticos de maneira independente.
Futuro
Petruzziello terá entre dois a três anos até que os cientistas da Escola Sant’Anna voltem a implantar nele uma mão biônica de duração mais prolongada. Primeiro, eles terão de analisar se os eletrodos finíssimos da nova mão poderão ser mantidos por mais tempo no corpo do paciente.
Os resultados do experimento são alentadores, segundo o especialista biomédico Klaus-Peter Hoffmann, para quem os eletrodos removidos do acidentado poderiam permanecer por mais tempo nele, pois não mostraram qualquer sinal de deterioração.
Especialistas independentes ao projeto afirmaram à agência de notícias AP que a experiência é um grande passo para criar uma ligação entre o sistemas nervoso e membros artificiais.
Eles disseram, porém, que o desafio dos cientistas consistirá em garantir que o paciente possa usar o mecanismo durante anos, e não apenas por dias.
