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INTERNACIONAL

Candidata derrotada e líder da oposição da Bielo-Rússia foge para a Lituânia

Svetlana Tikhanouskaya deixou o país nesta terça; sua equipe afirmou se tratar de uma partida forçada por pressão das autoridades

11 agosto 2020 - 13h47
A candidata da oposição na Bielo-Rússia, Svetlana Tikhanovskaya.
A candidata da oposição na Bielo-Rússia, Svetlana Tikhanovskaya. - (Foto: Arquivo)
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Dois dias após a reeleição de Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, para a presidência da Bielo-Rússia, sua principal rival no pleito e líder da oposição, Svetlana Tikhanouskaya, anunciou que deixou o país. Em meio à repressão aos protestos contra o presidente reeleito, que questionam a lisura do pleito e chegaram a registrar a morte de um manifestante, Svetlana anunciou nesta terça-feira, 11, que se refugiou na Lituânia.

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Tentativas não sucedidas de contato com ela por parte sua equipe de campanha, após sua saída de uma reunião com funcionários da comissão eleitoral central, levantaram a preocupação sobre seu paradeiro. Ela se dirigiu à comissão eleitoral na segunda-feira para apresentar denúncia de fraude nas eleições.

Em vídeo, Svetlana confirmou a "difícil decisão" de deixar o País. "Sei que muitos me condenarão, muitos me odiarão", afirmou. Sua equipe afirmou se tratar de uma partida forçada por pressão das autoridades. Guardas da fronteira bielo-russos precisaram que ela cruzou a fronteira por terra, durante a noite.

Aos 37 anos, Svetlana Tikhanouskaya é considerada uma novata na política. Ela emergiu em poucas semanas como uma inesperada rival para Lukashenko, de 65 anos, que é frequentemente descrito como "o último ditador da Europa".

Protestos
Lukashenko foi reeleito no domingo, 9, para um sexto mandato com 80% dos votos, segundo resultados oficiais. Sua principal rival, Svetlana Tikhanouskaya, obteve 9,9%. Os resultados foram contestados pela oposição e Svetlana, de 37 anos, declarou que Lukashenko deveria deixar o poder.

Em entrevista coletiva, Svetlana denunciou que houve repressão contra manifestantes antigoverno durante a madrugada e disse que vai comprovar que houve fraude nas eleições. Novos confrontos foram registrados ontem entre manifestantes e a polícia, que bloqueou ruas e deteve dezenas de pessoas.

Uma pessoa morreu ao tentar jogar um explosivo contra as forças de segurança. Segundo declarações da polícia, o objeto explodiu nas mãos do próprio manifestante.

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