Um dia depois do apagão que deixou às escuras 13 estados do País, o governo acertou uma ajuda federal extra de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões às companhias de distribuição de energia. O objetivo é evitar que seja repassado à conta de luz o enorme salto no preço da energia comercializada no mercado, que vem sendo abastecido por usinas termoelétricas acionadas em meio à estiagem que afeta os reservatórios das hidrelétricas.
A decisão foi tomada ontem, segundo apurou o Estado, após reunião de técnicos do governo e empresários do setor. O orçamento estimado para cobrir as despesas com a conta de luz neste ano não será suficiente para arcar com todas as despesas do fundo setorial, a Conta de Desenvolvimento Energético. Somente com as distribuidoras, o gasto total deve se aproximar de R$ 10 bilhões.
Outros R$ 4 bilhões devem ser gastos com combustíveis que abastecem sistemas isolados, como a região Norte. Finalmente, as indenizações às empresas de geração e transmissão que aderiram ao pacote que reduziu a conta de luz devem ser de R$ 2 bilhões a R$ 4 bilhões. Assim, a custo para o contribuinte deve ficar entre R$ 16 bilhões e R$ 18 bilhões, ante R$ 9 bilhões previstos no Orçamento.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou que o governo vai auxiliar a distribuição. "Não sabemos em que medida pode ser o auxílio, temos de esperar para saber qual é o rumo que a chuva vai tomar, se vai vir mais, se vai vir menos. Por enquanto, é um problema de janeiro e fevereiro", disse. "Estaremos dando cobertura para esses problemas, de modo que isso não passe para a tarifa do consumidor final."
