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ESPORTE

Defesa de Robinho fala em 'equívoco de interpretação' e nega violência sexual

Advogados afirmaram que jogador não cometeu o crime de estupro pelo qual foi condenado em 1ª instância na Itália e que as conversas divulgadas não foram corretamente traduzidas para o idioma italiano

16 outubro 2020 - 15h06
Robinho participa de treinamento no CT Rei Pelé, em Santos
Robinho participa de treinamento no CT Rei Pelé, em Santos - (Foto: Estadão/Ivan Storti/Santos FC )
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A defesa de Robinho se posicionou a respeito dos detalhes do processo em que o jogador foi condenado a nove anos de prisão em primeira instância na Itália por estupro coletivo contra uma jovem de origem albanesa. Os advogados do atleta, anunciado como reforço do Santos no último fim de semana, afirmaram que houve um "equívoco de interpretação" em relação às conversas gravadas com autorização judicial e divulgadas pelo GE.Globo nesta sexta-feira e voltaram a negar que o atacante seja culpado pelo crime.

Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial e divulgadas pelo site mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma mulher albanesa a acusar o jogador e cinco amigos de estupro coletivo, em Milão. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância.

De acordo com a investigação, Robinho e outros cinco amigos, incluindo Ricardo Falco, que também foi condenado, levaram a mulher ao camarim de uma boate chamada Sio Café, em Milão, e lá abusaram sexualmente dela. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação, e por isso a participação deles no ato é alvo de outro processo.

Segundo os advogados de Robinho, Alexander Guttieres, Franco Moretti e Marisa Alija, ele não é culpado pelo crime e a relação sexual foi consentida. "O jogador reitera que não cometeu o crime do qual é acusado e que sempre que se relacionou sexualmente foi de maneira consentida", diz trecho da nota oficial enviada ao Estadão.

A defesa do jogador afirmou que "não houve violência sexual, tampouco admissão de culpa nas interceptações telefônicas". Também declarou que "há nos autos provas suficientes da inocência de Robinho" e que existem "outras que ainda serão apresentadas à Justiça italiana que certamente levarão à sua absolvição".

Além da interceptação telefônica com autorização da Justiça, a policia italiana instalou grampo no carro utilizado por Robinho no país. Em um dos diálogos com o músico Jairo Chagas, que tocou na boate em Milão na noite do episódio, o jogador revelou que a vítima estava alcoolizada.

"Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu", diz Robinho. Segundo o processo, em outro trecho da conversa, o atacante confirma que tentou transar com a mulher e o músico, que o avisou sobre a investigação, ressalta que viu o atleta "quando colocava o pênis dentro da boca dela".

Para os advogados, houve um erro de interpretação da Justiça na tradução dos diálogos para o idioma italiano. "Há diversas conversas interceptadas que não foram corretamente traduzidas para o idioma italiano, o que levou ao equívoco de interpretação", afirma o comunicado.

A decisão do tribunal de Milão, proferida em 2017, ainda não é definitiva e foi alvo de contestação das defesas do jogador do Santos e de Ricardo Falco, o outro amigo condenado. Os advogados dos dois apresentaram recurso e ambos respondem em liberdade. Há mais duas instâncias na Itália até o trânsito em julgado da ação, isto é, até se esgotarem os recursos. O caso será apreciado em segunda instância pela corte de apelação de Milão em dezembro.

"Confiamos plenamente na Justiça italiana, no sucesso do recurso defensivo e na reforma da decisão, conscientes de que a submissão do feito às instâncias superiores permite justamente evitar erros judiciários e condenações injustas", conclui os defensores.

A repatriação de Robinho pelo Santos gerou repercussão muito negativa nas redes sociais. Torcedores protestaram e a Orthopride rompeu o contrato de patrocínio com o clube. Além disso, outras patrocinadores, como Tekbond e Kicaldo, já avisaram que vão deixar de apoiar financeiramente a equipe se o atleta for mantido no elenco. O presidente Orlando Rollo pediu prudência em relação ao caso e defendeu o atacante.

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