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Após cobrar explicações de Deschamps, Benzema fica fora de convocação da França

18 maio 2017 - 11h47
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Ainda não será desta vez que Karim Benzema fará o seu retorno à seleção francesa. Um dia depois de cobrar explicações ao técnico Didier Deschamps para a sua longa ausência do time nacional, o atacante do Real Madrid voltou a ficar fora de uma lista de convocados, anunciada nesta quinta-feira pelo treinador, que chamou 26 jogadores para os três próximos compromissos da França.

Estes atletas foram convocados para os amistosos contra Paraguai e Inglaterra, respectivamente nos dias 2 e 13 de junho, ambos em solo francês, e para o duelo contra a Suécia, no dia 9 do mesmo mês, em Estocolmo, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

Benzema não veste a camisa da seleção francesa desde outubro de 2015, quando marcou duas vezes na goleada por 4 a 0 sobre a Armênia. Em novembro daquele mesmo ano, porém, estourou um escândalo envolvendo o atacante, que foi acusado de extorquir o meio-campista Mathieu Valbuena, seu ex-colega de seleção, em um caso de vazamento de um vídeo íntimo em que o jogador do Lyon aparece.

Segundo a acusação, Benzema era cúmplice de pessoas que ameaçavam divulgar as imagens e teria incentivado Valbuena a pagar os chantagistas. Em entrevista ao jornal esportivo francês L'Equipe, publicada na última quarta-feira, o atacante disse que o seu compatriota mente em relação ao escândalo, disse que o mesmo "enlouqueceu" e pediu para que "pare de inventar histórias".

Independentemente de quem esteja falando a verdade, o fato é que o escândalo acabou sendo determinante para o longo afastamento de Benzema da seleção. Mesmo após o presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noel Le Graet, ter afirmado no ano passado que o jogador estava liberado para defender a equipe nacional, o atacante acabou ficando fora da lista de convocados para a Eurocopa de 2016, realizada na França, onde a seleção da casa conquistou o vice-campeonato.

E Benzema seguiu sendo descartado de novas convocações feitas no ano passado e também em 2017, embora esteja prestes a poder se sagrar novamente campeão europeu pelo Real Madrid e espanhol pela equipe merengue. Indignado com a ausência do time nacional, o atacante desafiou Deschamps a "olhar nos seus olhos" e explicar os reais motivos para continuar fora da seleção.

"Se o treinador me disser olhando nos olhos que o motivo é meu futebol, eu vou continuar trabalhando", disse o jogador ao L'Equipe na última quarta. "Se for outro motivo, ele deveria dizer isso na minha cara e aí estaremos entendidos", completou.

Nesta quinta-feira, porém, Deschamps se esquivou da polêmica ao explicar a nova ausência do astro de uma convocação e defendeu que elabora as suas listas garantindo que está levando em conta o desempenho esportivo dos jogadores. E Benzema ficou fora desta convocação mesmo depois de ter sido decisivo no recente clássico contra o Atlético de Madrid que levou o Real Madrid à final da Liga dos Campeões, na qual o time espanhol terá pela frente a Juventus, da Itália.

"Estou aqui para escolher jogadores para construir um plantel porque para mim o coletivo sempre está acima de qualquer outra coisa. Sempre faço escolhas da mesma forma, com o que considero ser bom para a seleção francesa. Sempre fiz coisas desta maneira e não vou mudar", disse o comandante, em entrevista coletiva, deixando no ar a impressão de que não vê Benzema como um "jogador de grupo".

Para completar, o treinador exaltou a campanha da seleção na última Eurocopa, mesmo sem contar com Benzema, apesar da derrota para Portugal na decisão. "A equipe da França foi construída antes da Euro, e se fortaleceu durante a competição, na qual alcançamos a final. Nós fomos um time competitivo e continuamos sendo durante as Eliminatórias (da Copa de 2018)", ressaltou, para em seguida finalizar: "Eu tenho uma seleção onde há um equilíbrio, uma harmonia, uma real dinâmica que criamos. Eu acreditei em jogadores que responderam em campo por meio de suas performances".

E chama a atenção o fato de que a lista anunciada nesta quinta-feira por Deschamps conta com nada menos do que oito atacantes, entre eles o jovem Kylian Mbappe, do Monaco, que aos 18 anos hoje é considerado o jogador ofensivo mais promissor para o ataque da seleção. Antoine Griezmann, do Atlético de Madrid, e Olivier Giroud, do Arsenal, foram outras estrelas entre os jogadores de frente chamados nesta quinta.

Confira os convocados da seleção francesa:

Goleiros - Alphonse Areola (Paris Saint-Germain), Benoit Costil (Rennes) e Hugo Lloris (Tottenham).

Defensores - Lucas Digne (Barcelona), Christophe Jallet (Lyon), Presnel Kimpembe
(Paris Saint-Germain), Laurent Koscielny (Arsenal), Benjamin Mendy (Monaco), Djibril Sidibe (Monaco), Samuel Umtiti (Barcelona), Raphael Varane (Real Madrid) e Kurt Zouma (Chelsea).

Meio-campistas - N'Golo Kante (Chelsea), Blaise Matuidi (Paris Saint-Germain), Paul Pogba (Manchester United), Adrien Rabiot (Paris Saint-Germain), Moussa Sissoko (Tottenham) e Corentin Tolisso (Lyon).

Atacantes - Ousmane Demele (Borussia Dortmund), Olivier Giroud (Arsenal), Antoine Griezmann (Atlético de Madrid), Alexandre Lacazette (Lyon), Thomas Lemar (Monaco), Kylian Mbappe (Monaco), Dimitri Payet (Olympique de Marselha) e Florian Thauvin (Olympique de Marselha).

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