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ECONOMIA

Taxas reduzem ritmo de queda na etapa estendida com notícias da Pfizer e TCU

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 3,025% a etapa regular, de 3,074% ontem no ajuste

3 dezembro 2020 - 17h43
A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou a 4,485% (regular) e 4,525% a estendida, de 4,645% ontem no ajuste
A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou a 4,485% (regular) e 4,525% a estendida, de 4,645% ontem no ajuste - (Foto: Reprodução/EBC)
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Os juros mantiveram nesta quinta-feira o ritmo intenso de queda visto nas sessões anteriores, mas na etapa estendida houve piora de humor generalizada nos mercados e as taxas passaram a subir ante os níveis de encerramento da jornada regular. Com espaço grande para realização de lucros, reagiram negativamente à notícia, no fim da tarde, de que a Pfizer reduziu a meta de lançamento de vacinas para covid-19 ante obstáculos em suprimentos. E, internamente, também pesou no fim do dia a informação publicada pelo Broadcast, apurada junto a fontes, de que o Congresso quer usar decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) para mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e levar gastos de 2021 para 2022.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 3,025% a etapa regular, de 3,074% ontem no ajuste, mas foi a 3,05% na estendida. A do DI para janeiro de 2023 fechou a 4,485% (regular) e 4,525% a estendida, de 4,645% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 6,11% (regular) e 6,19% (estendida), de 6,394% ontem no ajuste, e o DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 6,90% (regular) e 7,01% (estendida), de 7,234% ontem.

Ao longo do dia, o otimismo com o lançamento das vacinas contra Covid e expectativa de definição do pacote fiscal nos EUA -, e mais sinais de responsabilidade fiscal vindos do governo brasileiro ampararam o recuo das taxas. No fim da tarde, porém a notícia da Pfizer foi um balde de água fria e todos os mercados pioraram.

A decepção inicial com o headline do PIB do terceiro trimestre, de 7,7%, abaixo da mediana das estimativas (8,8%), foi relevada mais tarde pelas revisões em alta de dados anteriores e, juntamente com declarações do ministro Paulo Guedes, a leitura é de que se a atividade mantiver o ritmo haverá condições de suprir ao menos em parte o efeito do fim do auxilio emergencial, preservando as contas fiscais em 2021.

Outro destaque foi o leilão do Tesouro, com oferta bem menor de títulos prefixados e dobrando o lote de LFT em relação à operação anterior, tudo absorvido integralmente pelo mercado. "Temos um 'risk on' no mundo com as vacinas e, por aqui, sinais de que não vai ter extensão do auxílio", resumiu a gestora de renda fixa da MAG Investimentos, Patricia Pereira. Ela lembra ainda que o leilão do Tesouro foi "bom" em termos de demanda e de taxas, na esteira da emissão externa ontem bem-sucedida.

O estrategista de Mercados da Harrison Investimentos, Renan Sujii, lembra que de um mês para cá houve indicadores melhores da economia que animaram o mercado e, mesmo com a aproximação da segunda onda de Covid, a perspectiva é de impacto menor. "Dá realmente para pensar que não vamos precisar do auxílio em 2021, apesar de ainda haver muitas incertezas", disse.

Para o ministro Guedes, o que se vê no Brasil não é uma segunda onda de Covid, mas sim um "repique". "A economia bateu no fundo do poço e está voltando, há bons sinais de que está voltando em 'V'", disse. Ele ressaltou que o governo está retirando gradualmente os estímulos que mantiveram o consumo e que a arrecadação vai crescer "rápido e sem aumento de impostos". E, segundo Guedes, apesar disso os juros tendem a seguir em níveis baixos. "Juros baixos vieram para ficar."

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