Há diversas maneiras de estudar a concentração da riqueza na América Latina. Começamos pelo dado divulgado ontem pela agência de notícias Bloomberg sobre os 300 mais ricos do mundo, que em 2013 aumentaram sua fortuna em 381 bilhões de euros (R$ 1,230 trilhão) graças à melhoria da maioria das bolsas.
Entre os brasileiros, à frente está Jorge Paulo Lemann, número 34 no mundo, com fortuna avaliada em US$ 22,3 bilhões. Acionista da cervejaria AB InBev, da rede de fast food Burger King e da fabricante de ketchup Heinz, no ano passado perdeu 2,4% de sua riqueza, enquanto caíam a Bovespa e a bolsa de outros países latino-americanos.
Outros brasileiros também estão na lista da Bloomberg: Joseph Safra (dono do Banco Safra), no posto 92, com US$ 12,4 bilhões, 1,1% menos que no início de 2013; Marcel Telles (sócio de Lemann), no número 113, com US$ 10,4 bilhões, 2,4% a menos; Carlos da Veiga (sócio de Lemann e Telles), no posto 138, com US$ 8,9 bilhões, queda de 2,4%; João Roberto Marinho (Organizações Globo), no número 165, com US$ 7,7 bilhões, retrocesso de 1,3%; José Roberto Marinho (Organizações Globo), no posto 166, com os mesmos dados que seu irmão; e Roberto Irineu Marinho (Organizações Globo), no número 177, com os mesmos dados de João e José Roberto.
Não aparece mais na lista o empresário Eike Batista, cujas empresas suspenderam pagamentos.
Na América Latina há 111 multimilionários que superam US$ 1 bilhão de dólares de patrimônio. Mas também há muitos ricos com mais de US$ 30 milhões, os considerados ultrarricos, segundo a classificação da consultora Wealth-X e do banco UBS. Nunca houve tantos ultrarricos no mundo como em 2013, segundo o último boletim.
Mas assim como houve uma leve queda patrimonial dos mais afortunados da região, também caiu nesse ano a população latino-americana com mais de US$ 30 milhões. As baixas anuais da Bovespa e das bolsas da Cidade do México, de Santiago e de Lima, entre outras, explica as perdas, assim como a desvalorização das principais moedas, do real ao peso mexicano, argentino, chileno e colombiano, passando pelo bolívar venezuelano e pelo sol peruano.
