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AUMENTO

Preços de material de construção sobem até 100% no Estado em tempos de coronavírus

Tijolo foi o campeão de altas com 100% de reajuste, seguido de material elétrico com 40% e cimento e aço

4 agosto 2020 - 09h00Rosana Siqueira
Valor do milheiro sai por R$ 1.000 em MS
Valor do milheiro sai por R$ 1.000 em MS - (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O aumento na demanda por construções nestes tempos de pandemia elevou preços de produtos de materiais de construção em até 100% em Mato Grosso do Sul. Uma pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revela que o custo do material de construção civil saltouem todos os estados brasileiros nos últimos três meses.

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Em MS, por exemplo, o cimento e o aço estão 10% mais caros. Produtos que vêm de outros estados, como elétrica e hidráulica, subiram até 40%. Mas nada se compara ao preço dos tijolos. “Tem lojista pedindo pelo milheiro o dobro do preço que era praticado antes da pandemia”, afirma o presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul, Adão Castilho.

Segundo Castilho, tem lojista em Campo Grande vendendo o milheiro de tijolo de oito furos por até R$ 1.000,00, sendo que antes custava cerca de R$ 500,00, e ainda não tem o produto para pronta entrega. “É uma questão de oferta e procura. No início da pandemia, houve uma queda de 14% do número de novos empreendimentos, mas as vendas de imóveis cresceram em torno de 20%”, afirma.

Para o presidente da Acomasul o construtor começou a visualizar que a pandemia não atingiu o setor como todos esperavam. “Aqueles projetos que estavam engavetados foram colocados em prática e a construção está a todo vapor. Mas as indústrias não acreditaram no mercado, então acabou que a produção diminuiu e aí teve desabastecimento do material”, diz Castilho.

Mesmo com o aquecimento no setor, a grande preocupação dos pequenos empresários da construção civil é que o momento não condiz com reajuste de preços. O setor é um dos principais da economia capaz de gerar emprego do dia para noite, portanto pode puxar a retomada do crescimento. “O oportunismo vai totalmente na contramão da recuperação da economia. A indústria cerâmica compreende quase 400 estabelecimentos em Mato Grosso do Sul, inclusive com algumas grandes empresas. Tenho certeza que as indústrias vão colocar a produção em dia para manter a demanda que tínhamos antes da pandemia, e assim os preços vão retornar ao patamar normal”, finaliza Castilho.

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