
O preço da gasolina vai sofrer um reajuste a partir da próxima segunda-feira (3), mas apesar do aumento, o consumidor será compensado pela nova qualidade do produto. Segundo explicou o gerente executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Estado de MS (Sinpetro/MS), Edson Lazaroto, ao portal A Crítica, o preço vai subir, mas o desempenho e a conservação do motor será compensado. “A gasolina vai ser melhor para o cliente. Por mais que seja um pouco mais cara, vai compensar pela octanagem. O consumidor vai perceber a diferença economicamente no fim do mês”, explica. Ou seja, apesar de pagar mais caro pelo combustível, o veículo rodará mais km com um litro de gasolina.

Lazaroto ainda reforça um dos principais benefícios é que a “nova gasolina” será antifraude. “Por mais que não tenhamos caso aqui em MS, sabemos que em SP existe. Com o novo produto ela vai evitar fraude, dando mais segurança para consumidor e distribuidora. A população de MS já pode esperar por um novo produto no mês que vem”, afirma.
A Petrobras confirma a alteração no preço, mas não definiu a estimativa de quantos será o aumento. Atualmente a empresa é responsável por apenas 28% do preço final da gasolina nos postos de serviço. As demais parcelas são compostas por tributos, preço do etanol adicionado e margens das distribuidoras e revendedores.
A mudança se deve à Resolução nº 807/2020, publicada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis em janeiro (ANP). O texto estabelece novos parâmetros para a destilação, a octanagem e a massa específica da gasolina automotiva vendida no país.
A partir do dia 3, 100% da gasolina comprada pelas distribuidoras precisarão atender às especificações. Essas empresas terão 60 dias para vender os produtos que foram comprados antes e não atendem às exigências. Da mesma forma, os postos de gasolina terão 90 dias, a partir da data estabelecida, para vender os produtos que receberam antes de as especificações se tornarem obrigatórias.
Uma das principais mudanças é o estabelecimento de um limite mínimo de massa específica para a gasolina automotiva
Como vai ser? - De acordo com a doutora em química e especialista em regulação da ANP Ednéia Caliman conta que a mudança aproxima o padrão da gasolina no Brasil ao que é praticado na União Europeia. Os parâmetros também ficarão mais parecidos com os usados nos Estados Unidos.
Uma das principais mudanças é o estabelecimento de um limite mínimo de massa específica para a gasolina automotiva. A massa específica da gasolina está relacionada à sua densidade, e quanto maior ela for maior é a capacidade de um mesmo volume de combustível gerar energia. A redução do consumo poderá ser de 4% a 6%, estimam os estudos que embasaram a mudança publicada pela ANP.
Outra novidade nas especificações é o estabelecimento de uma faixa com limite máximo e mínimo de temperatura para uma evaporação de 50% da gasolina, parâmetro que é chamado de destilação e mede a volatilidade do combustível.
A terceira mudança mais relevante nas especificações é na medição da octanagem, que é importante para controlar a resistência da gasolina à detonação. Quando o combustível tem uma octanagem adequada, ele resiste mais à detonação, o que faz com que ela ocorra apenas no momento certo dentro do motor.
