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Economia

Economia mundial vive crise de produtividade

15 janeiro 2014 - 09h09
Comper
A economia mundial está passando por uma crise de produtividade, uma vez que a maioria dos países não conseguiu melhorar sua eficiência total no ano passado, pela primeira vez em décadas.
Em sinal de que a inovação pode ter estagnado diante da fragilidade da demanda, o instituto privado de análise e pesquisa americano Conference Board disse que um resultado "dramático" dos dados de 2013 foi a queda da capacidade de transformar trabalho e capital em produtos e serviços.
O crescimento da produtividade é o elemento mais importante para elevar a prosperidade tanto de países ricos quanto dos pobres.
Se não houver crescimento da produtividade nos próximos anos, isso frustrará as esperanças de que os países ricos possam melhorar o padrão de vida de sua população e que as economias emergentes possam percorrer a distância que as separa do mundo avançado.
"Essa paralisação parece resultar da desaceleração da demanda dos últimos anos, que levou a uma queda do uso produtivo dos recursos possivelmente relacionada à combinação de pontos de rigidez do mercado e à estagnação da inovação", disse o Conference Board.
O não crescimento da eficiência total - conhecida pelos economistas como produtividade total dos fatores - em 2013 resulta da desaceleração do crescimento das economias emergentes e da continuidade dos rápidos aumentos de capital e do trabalho empregados.
O crescimento da produtividade do trabalho também perdeu força pelo terceiro ano seguido.
A queda da produtividade total dos fatores dá continuidade à tendência pela qual o ganho de eficiência dos mercados emergentes desacelera e, nos países ricos, cai.
Embora as medidas se refiram a economias como um todo, as empresas que estão na linha de frente da desaceleração da produtividade redobraram os esforços para melhorar a situação.
As maiores mineradoras mundiais, como a BHP Billiton, estão entre as que tentam reverter a preocupante queda da produtividade, afastando-se de investimentos onerosos em novos projetos e focando na maximização dos retornos das operações já existentes.
Bart van Ark, economista-chefe do Conference Board, disse não estar claro se a queda da expansão da produtividade decorreu da redução da produção das economias, devido à queda da demanda, ou se ela deriva do fato de que as notáveis inovações em produtos de consumo não estão melhorando a eficiência da atividade econômica.
A primeira ideia diz respeito à escola de pensamento da "estagnação secular", que ganhou destaque no ano passado com Lawrence Summers, o ex-secretário do Tesouro dos EUA, enquanto as preocupações sobre o peso da tecnologia moderna na melhoria da eficiência produtiva foram levantadas pelo professor Robert Gordon, da Northwestern University.
A análise anual de produtividade do Conference Board usa os dados mais recentes para estimar o crescimento de todos os países, o aumento de horas trabalhadas e a mobilização de capital adicional para calcular a eficiência das economias individuais. Em termos mundiais, o instituto detectou que o crescimento da produtividade do trabalho caiu de 1,8% em 2012 para 1,7% em 2013, após ter alcançado 3,9% em 2010. A produtividade total dos fatores recuou 0,1%.
Com relação aos EUA, o centro de análise apurou que os aumentos de produtividade dos primeiros anos da crise não se repetiram em 2013, quando o crescimento da produtividade do trabalho ficou estável em 0,9%. Mas a tendência dos EUA são melhores que as da Europa, que teve crescimento fraco da produtividade, acompanhado de desemprego relativamente brando na maioria das grandes economias, à exceção da Espanha.
Na América Latina, a produtividade do trabalho subiu 1,7% em 2011, 0,8% em 2012 e 0,7% em 2013, em 2013, uma grave desaceleração que se estabilizou. No Brasil, ela subiu 0,8% em 2013, após ter caído 0,4% em 2012. No México, recuou de 0,4% para 0,3%. A produtividade total dos fatores recuou em ambos os países.
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