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ECONOMIA

Corrupção gira 'um Brasil' por ano no mundo

31 maio 2017 - 08h15
Comper

Considerada uma "indústria global", a corrupção movimenta por ano cerca de US$ 2 trilhões, montante superior à riqueza gerada pela economia brasileira, ou o equivalente a todo o Produto Interno Bruto (PIB) da França. O alerta é da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que, ao lado do Banco Mundial, publicou nesta terça-feira, 30, um informe apontando que o desvio de dinheiro de cofres públicos mina os benefícios da globalização e impede que ganhos econômicos sejam investidos em educação, tecnologia e infraestrutura.

O levantamento estima que o dinheiro anual destinado à corrupção é metade de tudo o que o mundo precisa para garantir uma infraestrutura adequada a seus cidadãos até 2030. "Volumes grandes são pagos a mãos corruptas para ganhar contratos e ter acesso a negócios de uma forma não baseada no mérito", diz a OCDE, alertando que os recursos acabam servindo a interesses privados e não aos interesses nacionais.

Segundo a entidade, a ideia de que a corrupção é um mecanismo de entrada do capital estrangeiro em países onde há interesse do investidor é falaciosa. De acordo com o estudo, propina "não ajuda no crescimento de países onde o investimento estrangeiro" tem papel central na economia. "Em vez disso, o dinheiro desaparece em empresas de fachada e contas bancárias no exterior de políticos e dirigentes", avalia a entidade. "As evidências mostram que países corruptos recebem menos investimentos", insistiu, apontando para o impacto que isso tem no crescimento da produtividade.

De acordo com a OCDE, a corrupção é mais presente em investimentos que são direcionados a países onde a administração é frágil e os ganhos elevados. "Do lado dos fornecedores, empresas tentam melhorar suas chances de vencer um contrato no que deveria ser uma concorrência aberta", disse a entidade. A propina, na maioria das vezes, serve para obter informação privilegiada e detalhes das ofertas dos concorrentes e eliminar rivais mais fortes.

Os subornos ainda serviriam para obter subsídios estatais, redução de impostos, licenças, aprovação acelerada de projetos, contratos em privatizações e decisões legais favoráveis ao grupo. "Em resumo, o objetivo é driblar o mercado e os processos legais para extrair benefícios privados, à custa de concorrentes e cidadãos de algumas partes do mundo."

A OCDE, porém, admite que a abertura de mercados e fronteiras levou a uma onda de atividades econômicas para regiões vistas como relativamente mais corruptas. "Isso sugere que a abertura da economia mundial ao comércio e investimentos sem um melhor controle sobre a corrupção e boa administração deixam todos os países mais expostos a níveis maiores de corrupção", alertou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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