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Campo Grande registra a maior inflação oficial entre capitais do Brasil em agosto com índice de 1,04%

Levantamento aponta que gasolina e alimentação puxaram o percentual principalmente em carnes e frutas no mês passado

9 setembro 2020 - 10h45Rosana Siqueira
Frutas e carnes puxaram alta da inflação na Capital
Frutas e carnes puxaram alta da inflação na Capital - (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Campo Grande registrou em agosto Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 1,04%, o maior do País entre as capitais pesquisadas pelo IBGE. A disparada nos preços foi provocada pela alta na gasolinma de 3,88%, além de alimentos. Mesmo assimm o IPCA ficou 0,31 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em julho (0,73%). Esse é o maior resultado para um mês de agosto para a capital desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 2014. No ano, o indicador acumula alta de 2,13%.

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No Brasil o percentual ficou em 0,24%, 0,12 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em julho (0,36%). Esse é o maior resultado para um mês de agosto desde 2016, quando o IPCA foi de 0,44%. No ano, o indicador acumula alta de 0,70% e, em 12 meses, de 2,44%, acima dos 2,31% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2019, a variação havia sido de 0,11%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em agosto. A maior variação veio dos Transportes (0,82%), que apresentaram também o maior impacto positivo no índice do mês (0,16 p.p.). A segunda maior contribuição (0,15 p.p.) veio de Alimentação e bebidas, que registrou alta de 0,78%. Os grupos Habitação (0,36%) e Artigos de residência (0,56%) também tiveram alta, mas desaceleraram na comparação com o mês anterior (0,80% e 0,90%, respectivamente). No lado das quedas, o destaque ficou com o grupo Educação (-3,47%), que contribuiu com -0,22 p.p. no IPCA de agosto. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,78% em Vestuário e a alta de 0,67% em Comunicação.

Os Transportes (0,82%) tiveram alta pelo terceiro mês consecutivo, influenciados, mais uma vez, pelo comportamento dos preços da gasolina, que subiram 3,22% em agosto. O óleo diesel (2,49%) e o etanol (1,29%) também registraram variação positiva, enquanto o gás veicular recuou 0,79%.

Ainda em Transportes, os preços dos serviços de transportes por aplicativo (0,37%) subiram, após a queda de 8,17% em julho. Já as passagens aéreas (-1,97%) seguem em queda, embora o recuo tenha sido menos intenso que o registrado no mês anterior (-4,21%).

Os preços subiram nas prateleiras - (Foto: Marcelo Camargo/ABrasil)

O grupo Alimentação e bebidas (0,78%) acelerou em relação a julho, quando ficou próximo da estabilidade (0,01%). Os alimentos para consumo no domicílio tiveram alta de 1,15%, influenciados principalmente pela elevação nos preços do tomate (12,98%), do leite longa vida (4,84%), das frutas (3,37%) e das carnes (3,33%). Destacam-se, ainda, as variações do óleo de soja (9,48%) e do arroz (3,08%), que acumula alta de 19,25% no ano. Por outro lado, verificou-se recuo nos preços da cebola (-17,18%), do alho (-14,16%), da batata-inglesa (-12,40%) e do feijão-carioca (-5,85%).

A alimentação fora do domicílio (-0,11%) segue em queda, embora menos intensa que a do mês anterior (-0,29%). Enquanto a refeição passou de -0,06% em julho para -0,56% em agosto, o lanche passou de queda de 0,86% para alta de 0,78%, contribuindo com 0,01 p.p. no índice do mês.

No grupo Habitação (0,36%), os maiores impactos em agosto vieram do aluguel residencial (0,32%) e da energia elétrica (0,27%), ambos com 0,01 p.p. As variações do item energia elétrica foram desde os -2,06% de Fortaleza até os 3,17% de São Luís. Houve reajustes tarifários em duas áreas, ambos a partir de 7 de agosto: em Belém (0,13%), o reajuste foi de 2,86% e, em Vitória (0,09%), de 5,93%. Vale ressaltar que as variações apuradas no item em questão levam em consideração, além das tarifas praticadas, as alíquotas de PIS/COFINS, a contribuição de iluminação pública e a bandeira tarifária. No dia 26 de maio, a ANEEL anunciou a manutenção da bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, até dezembro deste ano.

No que concerne aos índices regionais, cinco das 16 regiões pesquisadas apresentaram deflação em agosto. O menor índice ficou com o município de Aracaju (-0,30%), especialmente por conta da queda nos cursos regulares (-7,27%). Já o maior resultado foi observado no município de Campo Grande (1,04%), particularmente em função da alta de alguns itens alimentícios, como as carnes (6,28%) e as frutas (9,54%).

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