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DE VOLTA

Uma semana após liberação de boates em Campo Grande, empresários seguem se adaptando para nova realidade

As atividades estão liberadas desde que sejam apresentadas e obedecidas as normas de biossegurança e utilizem lotação máxima de 50%

21 setembro 2020 - 14h30Hanelise Brito
O funcionamento desses estabelecimentos, já estava impedido há cinco meses na Capital
O funcionamento desses estabelecimentos, já estava impedido há cinco meses na Capital - (Foto: Thiago Costa Fotografia/Valley Pub Divulgação/Ilustrativa)
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Shows, bailes, eventos, festas em casas noturnas, boates e similares estão permitidos em Campo Grande. A Prefeitura alterou o decreto n. 14.257 na última segunda-feira (14), liberando as comemorações no município, que estavam suspensas desde abril, como medida para conter o avanço da Covid-19.

As atividades estão liberadas desde que sejam apresentadas e obedecidas as normas de biossegurança e utilizem lotação máxima de 50%.

O empresário Paulo Melo afirma que realizou mudanças em seus estabelecimentos e que tem seguido as normas. “Nas minhas casas, os funcionários estão sempre de luva e máscara, disponibilizamos álcool em gel na entrada e dentro do estabelecimento. Continuo trabalhando com mesas, que facilita o distanciamento. As nossas expectativas ainda estão baixas, tem o toque de recolher e é muito difícil trabalhar com vida noturna iniciando às 19h ou até mesmo às 20h. O período pra consumo é pequeno e fica difícil manter as despesas do estabelecimento”, afirma.

Outro que ainda não teve um retorno positivo com a liberação, foi o empresário Franco Alburquerque. Ele relata que a sua boate no Centro de Campo Grande ainda não teve o retorno de público esperado devido o toque de recolher, mas que para a próxima semana prepara mudanças no horário.

“O toque de recolher obviamente prejudica um pouco, visto que muitas vezes alguns saem de casa depois das 21h e com o novo horário [às 00h], é normal que as pessoas prefiram ficar em casa ou até mesmo se reunir de forma indevida com amigos. Antes abríamos às 19h, mas estou estudando abrir às 17h para aproveitar o máximo e trazer um novo público para o local”, explica.

Os artistas também estão sofrendo com essas mudanças. O músico Maninho Gomes relatou que a principal dificuldade durante esse período de proibição de eventos foi o fato de ter uma agenda fechada e não poder cumprir. “Logo depois dessa quebra de contrato, vem os problemas financeiros, todos os investimentos feitos em clipes e mídias socias, antes da pandemia, precisam ser pagos. Com essa liberação, a gente tem que se adaptar a uma nova fase e recomeçar tudo novamente, a estrutura de muitos músicos no palco, de um show mais elaborado, já não se pode fazer agora nessa volta. Mas estamos retornando, respirando aos poucos, com novas vertentes e modificações no repertório e nos shows pra poder se manter”, afirma.

Para a realização de eventos particulares, o responsável legal pela organização deve protocolar, para cada evento, um Termo de Compromisso e o Plano de Contenção de Riscos (biossegurança), em até cinco dias úteis antes da data de realização do evento, o que não desobriga a apresentação Plano do próprio estabelecimento onde acontecerá o evento.

Paulo Melo conta que as pessoas estão receosas em sair e que a grande maioria dos clientes antigos ainda não voltaram. “Com a limitação de 50% do público, quando a pessoa chega e a casa já tem 50%, ela vira as costas e vai embora. Isso é muito difícil para o empresário, ver o seu cliente querendo participar do seu comércio e não poder autorizar a sua entrada porque a casa está no limite”.

O funcionamento desses estabelecimentos, já estava impedido há cinco meses na Capital. Esse setor foi um dos mais atingidos pela crise econômica do coronavírus.

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