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VACINA

Secretário de SP diz que ainda aguarda posição sobre doses da Coronavac para SP

Jean Gorinchteyn avisa que o início da imunização no Estado só depende de tratativas com o governo federal

16 janeiro 2021 - 13h15
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes - ( Foto: Divulgação / Governo do Estado de SP)

O secretário de saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou ao Broadcast/Estadão neste sábado, 16, que o espera ainda para este fim de semana um posicionamento do Ministério da Saúde sobre a quantidade de doses da Coronavac que ficarão no Estado. "Estamos aguardando que eles digam qual é a proporcionalidade, quais são as vacinas cabíveis para São Paulo, para que, a partir de então, possamos mandar as vacinas que são do Brasil", declarou.

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Nesta sexta-feira, 15, o governo federal pediu ao Instituto Butantã a entrega imediata das 6 milhões de doses da vacina que já estão prontas. O Butantan, então, questionou a Saúde sobre o número de doses do imunizante que será destinado a São Paulo. Em ofício, o governo respondeu que tem a responsabilidade pela elaboração, atualização e coordenação do Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a covid-19.

"O Butantan não distribui nada, o que existe é um alocamento dessas vacinas para o Ministério. Porém, proporcionalmente ele retém aquilo que é para São Paulo. Sempre foi assim. Não é novidade", afirmou Gorinchteyn, que pediu "bom senso" nas tratativas.

O secretário, porém, negou que haja um impasse com o governo de Jair Bolsonaro. "Estamos nos posicionando como sempre fizemos. Não existe nenhum desconforto ou falta de cordialidade entre as partes", ressaltou.

De acordo com Gorinchteyn, não é "racional" enviar todas as doses da Coronavac para a Saúde. "Eu mando para a União. Ela desloca para outros lugares. Daí volta para São Paulo. Quer dizer, vamos pensar em análises de estratégias logísticas, de custos, e da demora frente à urgência pandêmica que se faz presente", reafirmou.

Na noite desta sexta-feira, 15, o diretor do Butantan, Dimas Covas, esteve no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, para discutir o assunto com o governador João Doria e o secretariado. De acordo com Gorinchteyn, o objetivo da reunião foi discutir a logística para a distribuição da vacina.

"Esperamos que haja racionalidade operacional sobre a Coronavac", declarou Gorinchteyn. "Isso vai fazer com que tenhamos agilidade e tenhamos a democracia instituída também na distribuição das vacinas, de forma rápida", acrescentou. Segundo o secretário, a resposta do governo federal é necessária para que o Estado estabeleça, na próxima semana, as normativas sobre a vacinação.

Mais restrições em São Paulo

Gorinchteyn também afirmou que anunciará nos próximos dias novas restrições para conter a pandemia no Estado. "Faremos restrições. Precisamos garantir a vida. Não podemos fazer de São Paulo o que temos visto no Amazonas", declarou, em referência à falta de oxigênio nos hospitais de Manaus, o que ele classificou como "tragédia".

A decisão sobre as novas restrições, segundo o secretário, levará em conta a ocupação de leitos e o número de mortes por coronavírus, entre outros indicadores. "As regiões de São Paulo que estão na fase laranja, se não se comportarem, podem ir para a vermelha a qualquer momento", reforçou.

"Estamos com muita preocupação", declarou Gorinchteyn. "De março a agosto, cinco meses, nós chegamos no pico da primeira onda com um número de casos de covid que é exatamente igual ao que nós chegamos em 40 dias agora." O secretário também ressaltou a importância da vacinação: "Precisamos vacinar o mais rápido possível. Temos que proteger os profissionais da área da saúde, primeiro, e depois os idosos que podem desenvolver formas graves e fatais da covid".

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