Em documento enviado ao Instituto Butantan na terça-feira (5), a prefeitura de Campo Grande, requisitou 347 mil doses da vacina Coronavac. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), 121.736 doses estão previstas para serem entregues no mês de janeiro.

A vacina tem eficácia de 78% em casos leves e 100% em casos graves e moderados, taxa considerada ótima por especialistas. Veja, abaixo, perguntas e respostas sobre a vacina escolhida, a Coronavac.
Qual a eficácia da Coronavac?
De acordo com a farmacêutica a taxa de eficácia da vacina foi de 78% para os infectados que apresentaram casos leves ou precisaram de atendimento ambulatorial. Para casos graves e moderados, de 100% – ou seja, entre as pessoas vacinadas, nenhuma desenvolveu caso grave da doença.
Outras vacinas apresentaram eficácia superior. Isso significa que a Coronavac é ruim?
Não. Nenhuma vacina tem 100% de eficácia, ou seja, isso não significa que quem toma está de fato imunizado. É por isso que uma parcela expressiva da população precisa ser vacinada, para impedir o vírus de chegar naqueles que foram vacinados mas não desenvolveram imunidade.
Por que não pedimos outras vacinas?
As vacinas da Pfizer (eficácia de 95%) e da Moderna (94%), por exemplo, demandam um processo de logística mais complexo, com ultracongeladores, uma vez que elas precisam ser armazenadas em temperaturas extremamente baixas, e são importadas. Já a Coronavac será fabricada no Brasil, pelo Instituto Butantan, e pode ser armazenada em uma geladeira comum, o que facilita sua distribuição pelo país.
Quantas doses são necessárias e quantas já estão disponíveis?
O Instituto Butantan tem hoje em mãos 10,8 milhões de doses, segundo o diretor da instituição, o que seria suficiente para imunizar 5,4 milhões de pessoas, uma vez que os estudos clínicos foram feitos com duas doses por pessoa.
O plano inicialmente era aplicá-las com intervalo de duas semanas. Diante da escassez da vacina, no entanto, o governo discute ampliar ao máximo a aplicação da primeira dose, postergando a segunda injeção.
A vacinação começa por quais grupos?
No plano federal, sem data específica, a vacinação deve começar com profissionais da saúde, idosos a partir de 75 anos, população indígena e quem tem mais de 60 anos e vive em asilos ou instituições psiquiátricas. O plano prevê três etapas subsequentes: pessoas de 60 a 74 anos; pessoas com doenças que elevam o risco de agravamento da Covid-19, como as doenças cardiovasculares; e professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a população privada de liberdade.
Quem for imunizado pode sair sem máscaras ou se aglomerar?
Não. Isso porque a vacina não é garantia absoluta de que o corpo vai gerar uma resposta imune. A doença só é controlada quando a sociedade atinge a chamada imunidade de rebanho, onde o vírus não consegue se espalhar de uma pessoa infectada para outras, interrompendo a cadeia de avanço.
Que outros países já começaram a vacinar suas populações contra a Covid-19 e quais são as vacinas em uso?
O Reino Unido se tornou, no dia 8 de dezembro, a primeira nação do mundo a aplicar uma vacina que passou por todas as fases de testes e foi clinicamente autorizada. O imunizante aprovado foi o desenvolvido pela farmacêutica americana Pfizer com a alemã BioNTech.
Agora, mais de 40 países em todo o mundo já iniciaram suas campanhas de vacinação: EUA, Canadá, Argentina, Chile, México, Costa Rica, Árabia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Kuwait, Israel, Qatar, Omã, Islândia, Luxemburgo e todos os 27 países membros da União Europeia.
Na maioria desses países, a vacina aprovada e em uso é a da Pfizer/BioNTech, que também recebeu sinal verde da OMS.
