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SAÚDE

Ginecologista, Valdmário Rodrigues reforça que gestantes devem e podem ser vacinadas contra Covid

O ex-presidente presidente da Federação das Unimeds de MS e atual presidente do conselho técnico do Instituto Unimed explica que decisão tem de ser compartilhada entre paciente e obstetra

28 janeiro 2021 - 15h40Da Redação
Médico gineco-obstetra Valdmário Rodrigues Júnior, defendeu, durante entrevista concedida ao Jornal Pan News Noite, da Rádio Jovem Pan, a vacinação contra Covid-19 por parte das gestantes
Médico gineco-obstetra Valdmário Rodrigues Júnior, defendeu, durante entrevista concedida ao Jornal Pan News Noite, da Rádio Jovem Pan, a vacinação contra Covid-19 por parte das gestantes - (Foto: Reprodução)

O presidente do conselho técnico do Instituto Unimed, da Fundação da CNU (Central Nacional Unimed), médico gineco-obstetra Valdmário Rodrigues Júnior, que é ex-presidente da Federação das Unimeds de Mato Grosso do Sul, defendeu, durante entrevista concedida ao Jornal Pan News Noite, da Rádio Jovem Pan, a vacinação contra Covid-19 por parte das gestantes. "Toda a população do Brasil tem de ficar consciente de que a vacinação é a saída mais rápida e mais eficaz para este momento triste que o mundo está enfrentando. As gestantes devem e podem ser imunizadas contra a Covid-19, mas é uma decisão que deve ser compartilhada entre a gestante e o seu médico obstetra após uma avaliação clínica criteriosa", pontuou.

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Ele completa que uma gestante que está em uma população em que existe um risco grande de contaminação, em que a incidência de casos de Covid-19 está muito grande, é necessário e é indicado que essa gestante seja vacinada sim. "Outras vacinas já são aplicadas em gestantes, como a vacina contra a coqueluche, que, assim como a da Covid-19, é produzida com vírus inativos. Então, a imunização e a conscientização do compartilhamento da decisão entre o médico obstetra e a gestante medindo o custo benefício e a importância daquele momento de a gestante ser imunizada", falou.

O especialista destaca que as gestantes não participaram dos estudos clínicos e científicos sobre essa questão da vacina, já que foi feita de uma maneira emergencial, mas a gestante pode e deve tomar o imunizante. "Todos os médicos com a formação adequada e em boas faculdades de Medicina estão apoiando a vacinação, como, por exemplo, a entidade importante e respeitada como a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Todas as manifestações e observações nossas são baseadas em cima de protocolos técnicos-científicos em que deixamos claro que incentivamos a vacinação em massa", afirmou.

Valdmário Rodrigues explica que a exceção é para aqueles grupos de pacientes menores de 18 anos de idade. "Ao mesmo tempo em que incentivamos e apoiamos a imunização, deixamos claro que há a necessidade de continuarmos rigorosamente apoiando as medidas protetivas, como a lavagem das mãos com água e sabão e uso do álcool em gel, além do distanciamento social e uso de máscaras. Essas medidas são eficazes e profundamente necessárias para que a gente possa superar esse momento adverso de tanta tristeza que tem causado no nosso País e no mundo. Por isso, fazemos questão de elogiar o trabalho da imprensa para que cada vez mais pessoas sejam esclarecidas de que a vacina é sim importante, o uso da máscara e a adoção das condições de higiene para que possamos vencer esse momento de adversidade e possamos mitigar a quantidade de mortes que tem acontecido no mundo e no nosso Brasil", reforçou.

Ainda na entrevista, o médico destacou que, na primeira consulta do pré-natal, sempre procura dizer às gestantes que a gravidez não é doença, mas uma alteração fisiológica em que a mulher vai conviver durante 40 semanas e que, talvez, seja o período mais importante da sua vida. "Por isso, reforço o conselho para que a gestante redobre os cuidados, use máscara, álcool em gel e distanciamento social porque estamos tratando de um binômio materno-fetal. As pacientes gestantes que são hipertensas ou diabéticas precisam ter um diálogo muito próximo com os seus obstetras para que eles possam orientá-las e, talvez, nessas pacientes, como fazem parte do grupo de risco, possam ser vacinadas", disse.

O presidente do conselho técnico do Instituto Unimed completa que, por meio de estudos, é possível afirmar que uma gestante acometida pelo novo coronavírus terá a capacidade respiratória comprometida mais facilmente do que uma paciente não gestante. "Afinal, já acontece uma limitação do aparelho respiratório da gestante normalmente e, caso ela pegue Covid-19, a situação fica mais complicada. As mulheres de uma maneira geral merecem todo o nosso carinho e respeito, além de todas as orientações possíveis para que elas possam evitar essa doença grave, traiçoeira e da qual não conhecemos ainda de forma aprofundada e nem como lidar 100% de maneira adequada. Por isso, a prevenção e a vacinação são essenciais para que possamos sair vitoriosos e com menos número de mortes possível", alertou.

O obstetra lembra que, a partir de uma certa semana da gestação, já é possível saber que algumas gestantes terão problemas de respiração, pois diminui um pouco a troca do oxigênio. "Portanto, as pacientes que têm bronquite, hipertensão, diabetes ou uma outra doença nessa área necessitam de um acompanhamento do obstetra muito próxima para que se evite uma internação ou caso de CTI (Centro de Tratamento Intensivo)", pontuou.

Infelizmente, conforme o médico, registrou-se uma redução de pacientes gestantes que fazem o pré-natal por causa da Covid-19. "Elas devem continuar fazendo, todas podem e devem continuar fazendo para ter um desfecho satisfatório da gravidez. A tecnologia pode ser utilizada pelos pacientes, como a telemedicina, para que possamos prestar serviços adequados, a tecnologia veio para ficar, o próprio médico tem de usar essa ferramenta para que as gestantes solucionem dúvidas e evitar uma contaminação por Covid-19. A ferramenta tecnológica é imprescindível neste momento para reduzir uma contaminação", finalizou, lembrando que a gestante ainda não faz parte do grupo prioritário de vacinação contra Covid-19.

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