
Você já parou para pensar quantas pessoas com coronavírus pode contaminar outras em Campo Grande? Segundo um estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) divulgado ontem (27), uma pessoa infectada transmite a Covid-19 para 1,7 indivíduos, o que indica risco muito alto de propagação da doença.

“A informação sobre o número de reprodução da doença é obtido de acordo com a escala denominada de Covidímetro, proposta por professores da UFRJ”, expõem os pesquisadores professores Erlandson Saraiva (Inma) e Leandro Sauer (Esan).
Com dados analisados desde 14 de março até o último domingo (26), os professores apontam que o mês de julho está sendo um mês muito crítico, com aumento significativo do número de casos; passando de 2.241 casos em 30 de junho para 8.883 casos em 26 de julho, o que significa um aumento de 296,39%. Os 6.642 casos registrados somente no mês de julho representam 74,77% do total de casos confirmados.
“A figura ao lado mostra o gráfico do modelo ajustado aos dados de Campo Grande. Os pontos na cor azul sobre a linha vermelha mostram que desde o dia 89 (11/6) estamos em cenário de crescimento exponencial de casos. Infelizmente, se nada for feito para conter a proliferação da doença, continuaremos neste cenário por todo o mês de agosto. Somente no início de setembro que começará a diminuir, com pico estimado para 23 de setembro com 86.325 casos. Além disso, os dados mostram que a quantidade de casos dobra em média a cada 13 dias”, explicam os pesquisadores.
Segundo o boletim divulgado hoje (28), Campo Grande tem 8.881 casos confirmados, sendo o município líder de casos confirmados, sendo 302 contaminados só no dia de ontem (27).
Conforme o modelo ajustado, a quantidade de indivíduos diagnosticados com a Covid-19 que precisarão de atendimento em leitos clínicos superará a quantidade de leitos disponível (341) no dia 31 de agosto.
“Esses resultados mostram a necessidade de a população continuar seguindo as orientações de especialistas da área da saúde para se manter o isolamento social sempre que possível. Este procedimento é necessário para que as quantidades registradas em uma semana estejam sempre abaixo da curva estimada. Pois somente desta maneira obteremos o desejado “achatamento” da curva e evitaremos o colapso do sistema de saúde pública da cidade de Campo Grande”, avaliam.
Mato Grosso do Sul - No estado, o número de reprodução é de 1,2, conforme o Covidímetro, sendo estimado para o dia 10 de agosto o pico da doença. Em 30 de junho eram 7.965 casos, e até ontem o número saltou para 21.514, com aumento de 170,11%.
