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LEITOS NA CAPITAL

Campo Grande atinge a maior taxa de ocupação de UTIs para Covid-19 dentre as Capitais do país

Com a chegada da vacina, o que se espera é que a contaminação seja freada e que assim, a demanda para os leitos hospitalares seja reduzida

14 março 2021 - 07h30Brenda Leite e Djeneffer Cordoba
Campo Grande atinge a maior taxa de ocupação de UTIs para Covid-19 dentre as Capitais do país
Campo Grande atinge a maior taxa de ocupação de UTIs para Covid-19 dentre as Capitais do país - (Foto: Divulgação)

Desde o início da pandemia do novo Coronavírus, anunciada em março de 2020, Campo Grande adotou uma série de medidas prevendo a possibilidade de aumento significativo de casos e eventual sobrecarga no serviço público de saúde, entre elas, a ampliação de leitos. No mesmo mês, com os primeiros casos do coronavírus no município e no interior de Mato Grosso do Sul, a Prefeitura da Capital publicou, em edição extra no Diário Oficial, dois chamamentos públicos essenciais para o combate da covid-19. A ação teve por finalidade a contratação emergencial de leitos de hospitais particulares e aquisição de materiais necessários para enfrentar a pandemia.

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No início de abril, com 48 casos confirmados da doença, 368 leitos estavam sendo contratados em parceria com o Governo do Estado para atender aos pacientes. Na Capital, 39 leitos clínicos, 81 leitos de UTI e 48 leitos semi-intensivos na Santa Casa, Hospital do Câncer, Hospital Regional, Hospital do Pênfigo, Clínica Campo Grande, El Kadri e Proncor. Ao final do mês de abril, o município já tinha ampliado quase 100% a quantidade de leitos de terapia intensiva para garantir atendimento adequado à população. Ao todo, no mês, 453 leitos, sendo 341 clínicos e 112 de UTI, em hospitais públicos, filantrópicos e particulares do município, para atender exclusivamente casos de covid-19 e outras síndromes respiratórias.

Leitos de UTI foram ampliados em mais de 130% na Capital ( Foto: Divulgação )

Leitos de UTI foram ampliados em mais de 130% na Capital ( Foto: Divulgação )

Durante os quatro primeiros meses da pandemia, foi possível viabilizar a abertura de 87 novos leitos de UTI na Santa Casa, 87 no Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS), 28 no Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) e 26 leitos no HU. Outros 42 leitos foram contratualizados pelo município na rede particular. Na época, 8.883 casos de covid-19 foram confirmados na Capital, dos quais 5.541 foram considerados recuperados, 2.984 em isolamento domiciliar, 259 internados e 99 óbitos.

No primeiro semestre de 2020, a incidência do coronavírus seguia alta e estava presente em todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Infelizmente, os reflexos da pandemia já estavam sendo sentidos em hospitais públicos e privados de Campo Grande. O ano acabou com aproximadamente 286 leitos de UTI contratualizados na rede pública, filantrópica e particular para atendimento de pacientes críticos.

No início de 2021, conforme Boletim Epidemiológico, a taxa de ocupação global já estava em 90% na macrorregião de Campo Grande, sendo 44% para leitos de UTIs Covid e 41% para leitos não Covid. Os dados levantados pela SES ainda apontaram que três hospitais de Campo Grande já registravam taxa de ocupação em 100% de leitos de UTI Covid: Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Hospital Adventista do Pênfigo e a Clínica Campo Grande.

Em janeiro, o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, declarou à imprensa sobre a capacidade máxima dos leitos em MS. “Se levarmos em consideração que a cada 100 casos, cinco delas precisarão de internações, infelizmente nós não teremos esses leitos, pois chegamos à nossa capacidade máxima e fizemos tudo o que foi preciso em Mato Grosso do Sul". Geraldo ainda afirmou que os hospitais estavam operando em sua capacidade máxima, com muitos pacientes internados nas alas vermelhas. "Muitos estão internados, alguns intubados, aguardando por uma vaga, que às vezes libera porque pessoas foram a óbitos. Assim, estamos com uma média de óbitos muito grande, chegamos ao nosso limite de abertura de novos leitos”, finalizou.

Geraldo Resende, secretário de Estado de Saúde ( Foto: Divulgação )

Geraldo Resende, secretário de Estado de Saúde ( Foto: Divulgação )

Hoje, um ano desde o início da pandemia, Campo Grande se tornou a capital com maior taxa de ocupação de UTIs para covid, segundo a Fiocruz. De acordo com os dados divulgados pela Fundação, na última quarta-feira (10), a taxa de ocupação das UTIs destinadas a pacientes com Covid-19 está em 109% em Campo Grande, segundo dados do sistema "Mais Saúde", plataforma do governo do estado que mostra a situação nos hospitais.

O número da taxa de ocupação passa de 100%, devido hospitais estarem utilizando leitos clínicos que não são habilitados para UTIs. Com a chegada da vacina, o que se espera é que a contaminação seja freada e que assim, a demanda para os leitos hospitalares sejam reduzidas.

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