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AGLOMERAÇÃO

Após aglomeração em praias, Guarujá cogita barreira para evitar excesso de turistas no feriado

No fim de semana, a prefeitura admitiu que houve aglomeração e "centenas de intervenções dos fiscais em faixa de areia"

1 setembro 2020 - 10h58João Prata e Renata Okumura, O Estado de S.Paulo
O Plano São Paulo - programa estadual de flexibilização da quarentena - proíbe aglomerações em locais públicos, mas a prerrogativa de liberar o acesso às praias é dos municípios litorâneos.
O Plano São Paulo - programa estadual de flexibilização da quarentena - proíbe aglomerações em locais públicos, mas a prerrogativa de liberar o acesso às praias é dos municípios litorâneos. - (Foto: Lucas Melo)

Após aglomeração nas praias do Guarujá no último fim de semana, a prefeitura cogita colocar uma barreira na entrada da cidade para impedir a chegada de turistas no feriado de 7 de setembro. Essa medida já foi tomada pelo município da Baixada Santista de março a julho e barrou 42.689 veículos. Santos também vai discutir medidas para evitar lotação das praias no feriado, depois de também registrar orlas cheias no fim de semana. O Rio foi outro local cujo excesso de banhistas nas praias da zona sul também fez aumentar a preocupação com o possível aumento de contágio da covid-19.

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No Guarujá, uma reunião do comitê gestor do novo coronavírus do município será realizada nos próximos dias e até quinta-feira deve haver uma decisão sobre a adoção ou não desta medida restritiva. O decreto 13.770, de 10 de julho, permite a permanência nas praias da cidade apenas para caminhada e prática de esporte. No fim de semana, a prefeitura admitiu que houve aglomeração e "centenas de intervenções dos fiscais em faixa de areia".

O Plano São Paulo - programa estadual de flexibilização da quarentena - proíbe aglomerações em locais públicos, mas a prerrogativa de liberar o acesso às praias é dos municípios litorâneos. Cabe à administração local garantir que as faixas de areia sejam abertas segundo os critérios estabelecidos pelo Estado.

Na segunda-feira, 31, o governador João Doria (PSDB) manifestou preocupação com a alta procura pelas praias e cobrou que prefeitos imponhas medidas mais restritivas. "É como se nada estivesse acontecendo, como se estivéssemos em período de alta temporada e com razões para celebrar. Não temos razões para celebrar, mas para nos preocupar".

O Estado registrou queda no número de internações, infecções e óbitos pelo coronavírus pela terceira semana consecutiva. Ainda assim, afirmou Doria, todas as cidades seguirão em quarentena, enquanto não houver vacina aprovada e distribuída para a população. "Tenho a convicção de que prefeitos e prefeitas saberão agir com responsabilidade pela vida e pela saúde para impedir que isso aconteça no próximo fim de semana, quando teremos o feriado do 7 de setembro."

Em Santos, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) também demonstrou preocupação. Por meio de nota, informou que o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da Baixada Santista (Condesb) discutirá medidas estratégicas ao longo da semana. "A pandemia não acabou. É importante que as pessoas se mantenham conscientes. O distanciamento deve ser mantido e as regras de higienização para prevenção continuam. Todos, sem exceção, devem sair de casa cumprindo e respeitando o próximo e a si mesmo", declarou Barbosa.

A prefeitura admitiu que, no domingo, 30, houve "movimento acima do normal para um final de semana". Segundo nota, a Guarda Civil da cidade abordou 922 pessoas, informando que não era permitido ficar na areia. Assim como no Guarujá, as praias da cidade foram liberadas apenas para atividades esportivas individuais e banho de mar. Cinco multas foram aplicadas pelo não uso de máscaras.

A preocupação com aglomeração acontece ao mesmo tempo em que os ambulantes foram liberados para ficar na orla da praia de Santos. A hospedagem de turistas está liberada no município, mas os hotéis só podem receber até 60% da capacidade.

Rio pede ajuda ao Estado e Floripa vai reabrir; Salvador mantém orla fechada

Depois do fim de semana de praias cheias, a prefeitura do Rio fez na segunda-feira, 31, um apelo para que os cariocas não se aglomerem nas areias. Embora o banho de mar esteja liberado, ocupar a faixa de areia continua proibido. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) afirmou que pedirá ajuda ao governo fluminense para intensificar a fiscalização. Na cidade, a média móvel de casos de coronavírus saltou de 374 para 808, entre 9 e 23 de agosto, alta de 116%.

Em Florianópolis, a reabertura deve começar na próxima segunda-feira, 7. Assim como nas praias paulistas, será permitida só a prática esportiva. Restaurantes na orla serão autorizados a colocar mesas e cadeiras ao ar livre. O decreto será publicado ainda nesta semana para confirmar a data e a prefeitura promete dobrar o efetivo da Guarda Municipal em feriados e final de semana. "Serão mais de 20 agentes e 10 viaturas apenas nessa função, além de videomonitoramento e quadriciclos que são utilizados pelos agentes", informou por meio de nota.

Em outros destinos turísticos, a ida à praia ainda não é permitida. Em Salvador, a orla está fechada desde 18 de março, sem previsão de reabertura. "São 50 quilômetros de orla fiscalizadas diariamente por 50 profissionais da Guarda Civil", informou Maurício Lima, diretor de segurança urbana e prevenção à violência da prefeitura. "Até agora, desde o início da proibição, 13 pessoas foram conduzidas à delegacia, não só por descumprir o decreto, mas por resistir em seguir as orientações". Não há previsão de multa para quem estiver na praia.

Noronha reabre nesta terça só para quem já foi infectado

Depois de cinco meses do fechamento da ilha de Fernando de Noronha para o turismo, o acesso de visitantes será retomado a partir desta terça-feira, 1º. Segundo consta no site oficial, "devido ao risco de uma nova onda de contágio no arquipélago, a retomada do setor será por etapas, para garantir a segurança de todos. Neste primeiro momento, apenas pessoas que já tiveram diagnóstico positivo para a covid-19 vão poder desembarcar no arquipélago."

O turista deverá enviar o resultado do exame confirmando que já teve doença. "Serão aceitos dois tipos de análises: O IgG positivo (sorológico), com exame realizado pelos métodos de quimioluminescência, eletroquimioluminescência ou elisa imunoensaio, com menos de 90 dias da data do embarque. E o RT-PCR (exame de nariz e garganta), com mais de 20 dias da data do embarque. Testes rápidos não serão aceitos", conforme foi divulgado pelo governo de Pernambuco.

O resultado do teste deverá ser apresentado durante o processo de pagamento da Taxa de Preservação Ambiental (TPA), que agora só poderá ser feito on-line, pelo site www.sounoronha.com. O pagamento deve ser feito com um prazo de até 72 horas antes do embarque.

As próximas etapas ainda serão estudadas. Noronha registrou ao todo 93 casos do novo coronavírus até o momento, sendo 42 identificados pelo estudo epidemiológico em curso no arquipélago, que deve ser concluído em 2021.

A previsão para os próximos dias e o feriado é de frio em grande parte do País. Uma nova massa de ar polar deve derrubar temperaturas no Sul e trazer chuva para São Paulo e Rio de Janeiro no 7 de setembro.

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