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AUTOMÓVEIS

Em razão da pandemia, procura por veículos ainda segue maior que a oferta no Estado

Segundo o empresário Daniel Bianchin, diretor-executivo do Grupo InfoShop, que criou o portal ShopCar, comenta que os números superaram as expectativas diante da pandemia

24 fevereiro 2021 - 16h40Da Redação
O empresário Daniel Rabello Bianchin
O empresário Daniel Rabello Bianchin - (Foto: Divulgação)
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A procura por veículos novos, seminovos e usados em Mato Grosso do Sul está maior que a oferta neste início de ano devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). De acordo com o empresário Daniel Bianchin, diretor-executivo do Grupo InfoShop, que criou o portal ShopCar, o maior site de venda de veículos de Mato Grosso do Sul, a desaceleração das vendas foi registrada no ano passado porque as fábricas não tinham veículos novos para a venda.

"Elas pararam de fabricar por alguns meses devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e não tinham mercadoria para entregar para os consumidores. Então, em razão dessas condições, as vendas desaceleraram, mas a procura continua aquecida. O que aconteceu é que, com essa falta de veículos novos no mercado, o seminovo ficou ainda mais atrativo, tanto pela questão de valores, já que os valores de um zero quilômetro subiram muito, e também por questão de não ter o automóvel novo", detalhou Daniel Bianchin.

O empresário acrescenta que isso contribuiu para que o mercado começasse a olhar muito para o seminovo e usados, provocando, consequentemente, que as vendas aumentassem muito. "Há casos de lojas que venderam todo o estoque, ficando zeradas. Basicamente, o que tem ocorrido é isso, provocando a redução dos anúncios nos classificados devido à falta de mercadoria", revelou, completando que o ShopCar chegou a ter no ano passado 16 mil anúncios ativos.

"Com a pandemia e a questão dos veículos novos terem a fabricação parada, toda a atenção voltou para o seminovo e isso fez com que os anúncios caíssem. Atualmente, o número de anúncios ativos está em torno de 12 mil ofertas ao todo", pontuou o diretor-executivo do Grupo InfoShop, confirmando que essa mudança no mercado de veículos foi provocada pela pandemia da Covid-19.

Ele conta que as limitações da indústria automotiva, não só na produção de veículos em si, mas na produção de peças sofreram um baque muito grande com a pandemia. "A indústria automotiva está enfrentando falta de peças para produzir um determinado modelo. Acredito que esse problema vai perdurar ao longo deste ano de 2021. A projeção de estabilização, obviamente dependendo da melhora no cenário da pandemia, é a partir de 2022", estimou.

Daniel Bianchin declara que já é possível vislumbrar que a situação está bem melhor que a registrada no ano passado, quando as fábricas pararam a produção. "No auge da pandemia da Covid-19, não tínhamos mais veículos novos para serem comprados, hoje, a gente tem uma produção, mas as entregas dos carros 0km estão muito aquém da demanda. Até normalizar isso realmente vai demorar um bom tempo e vai este ano inteiro", finalizou.

Cenário nacional
No cenário nacional não é diferente, a maior das plataformas digitais de anúncios do Brasil, a OLX, que recebe todos os meses cerca de 28 milhões de visitantes, que fazem 806 mil buscas por veículos, a procura por carros e motos segue aquecida e maior do que a oferta. De acordo com Flávio Passos, vice-presidente da área de autos da empresa, os volumes negociados na plataforma continuam maiores do que no começo de 2020.

Atualmente 26 mil carros são anunciados por dia na OLX, número cerca de 20% abaixo do verificado no primeiro bimestre do ano passado, e o giro é muito rápido, em questão de dias o negócio é fechado, o que revela volume abaixo da demanda. Em 2020 o número de carros e motos negociados na plataforma de anúncios da OLX cresceu 13% em relação ao volume de 2019, totalizando R$ 80 bilhões em transações.

Cerca de 20% de todos os veículos novos e usados vendidos no Brasil ano passado foram anunciados na OLX. Este ano a expectativa é de crescimento da mesma ordem, em torno de 15%. "Fatores que aqueceram o mercado de veículos usados em 2020 estão presentes em 2021, existem experiências bem-sucedidas como o comércio on-line e entregas em casa que vão continuar, mas a segunda onda da pandemia traz restrições que fazem os negócios recuarem, assim como os aumentos de preços e de imposto no caso do ICMS de São Paulo", avaliou Flávio Passos.

O executivo indica que três fatores, todos ligados à pandemia, direcionaram o mercado em 2020 e seguem com intensidade parecida em 2021. O primeiro é a falta de veículos novos, causada por interrupções na produção, que canaliza a demanda para os usados. O segundo é o aquecimento da economia digital e aumento do desemprego, que multiplicou o número de pessoas à procura de motos ou carros para trabalhar com entregas de bens comprados online ou para o transporte de pessoas por aplicativos.

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