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Agronegócio

Cenário permanece ruim para as commodities

3 janeiro 2014 - 08h05
Muitos investidores esperam que os mercados de commodities sofram pelo quarto ano consecutivo em 2014. Eles acreditam que a recuperação econômica estável, porém lenta, vai prolongar as dificuldades daquele que foi um dos nichos de investimento mais quentes dos últimos dez anos.
Em 2013, os investidores pareciam ter finalmente perdido as esperanças de um retorno do "superciclo", a confluência de oferta restrita e demanda em alta que puxou para níveis recorde os preços das commodities, do petróleo até o alumínio e o trigo.
Anos de preços altos levaram agricultores a expandir suas lavouras e produtores de metal a investir em novas minas. Em 2013, os mercados de muitas commodities ficaram com uma oferta maior do que a debilitada economia podia consumir.
O índice de commodities Dow Jones - UBS, que acompanha 22 commodities negociadas nos Estados Unidos e Londres, caiu 9,6% em 2013, o terceiro ano consecutivo de queda. Com o índice de ações S&P 500 tendo subido 30% no ano passado, a diferença de desempenho entre commodities e ações foi a maior desde 1998. Investidores e analistas esperam que essa tendência continue.
Analistas do Citigroup acreditam que 19 das 23 commodities que acompanham ficarão estáveis ou cairão, mesmo com o banco prevendo um crescimento na economia mundial de 3,2%, comparado a 2,5% em 2013.
O crescimento da China, maior mercado consumidor de matérias-primas do mundo, deve continuar em um ritmo próximo à meta do governo para 2013, de 7,5%. Mas tal expansão ficaria abaixo do ritmo frenético registrado durante os dez anos do boom das commodities. O país deve consumir maiores quantidades de grande parte das matérias-primas em 2014, mas analistas alertam que o crescimento mais lento da China pode não ser suficiente para absorver a oferta dilatada de commodities agrícolas, minerais e combustíveis.
Entre os metais industriais, o alumínio e o aço sofrem com um crônico excesso de oferta, sendo que o ferro e o cobre seguem no mesmo caminho por causa de mais oferta vinda de grandes projetos no Peru, Mongólia, Austrália e outros países. A história é a mesma para produtos agrícolas como o milho - cujos estoques devem dobrar nos EUA em 2014 - e o açúcar. Mesmo o setor de energia, o único do índice DJ-UBS que teve ganhos em 2013, pode ser afetado pela alta da oferta.
O salto na produção americana de petróleo e gás natural causado pelo boom da exploração do xisto deve limitar os preços ao redor do mundo, pressionando essas commodities e outras como o carvão e a gasolina. Analistas do Citigroup dizem que os preços dos combustíveis poderiam se manter baixos "por décadas".
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