
Em períodos de estiagem os incêndios não são a única preocupação. Apesar da arroba do boi ter alcançado um patamar alto chegando a R$ 200, aumento de 17,6% em relação ao ano passado, o avanço das cotações não animam os pecuaristas. O motivo é a falta de animais prontos nas fazendas (machos e fêmeas) que provoca dificuldades para fechamento de escala de abate em frigoríficos.

O período de seca que já é conhecido para a indústria frigorífica e mercados atacadistas, trouxe este ano efeitos ainda mais negativos em relação aos anos anteriores.
O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande (SRCG), Alessandro Coelho, ressalta uma das dificuldades enfrentadas pelos produtores. “Sobre a arroba do boi e a seca que nosso Estado enfrenta não há o que se discutir, o impacto é direto na produção de gado gordo, não só o boi, mas também na vaca.”
A estiagem compromete não somente as janelas de troca de safra, mas também o preço das commodities. “O gado de confinamento ainda não saiu, em conjunto com isso houve ainda uma redução nesses confinamentos devido ao alto preço dos commodities, os produtores, atacadistas e frigoríficos ficaram com receio de não segurarem um estoque regulador para um período que sempre é complicado.”
A virada de mercado foi fator determinante uma vez que a expectativa dos confinadores era de retração nos preços. “Com a pandemia acreditávamos que o mercado se retrairia fortemente e não houve precaução em relação aos estoques. Em resumo não temos gado disponível para atender o mercado, porém a demanda fraca não se confirmou”, afirma Coelho.
As dificuldades por conta da estiagem podem ser ainda mais graves na região do Pantanal. É que a seca prolongada além de afetar as pastagens reduz a taxa de natalidade de bovinos e eleva a escassez de gado pronto para o mercado.
