
Nesta quinta-feira, 27, completo 19 semanas de uma gestação muito desejada, muito esperada, a do meu segundo filho. E paralelo a isso, a Martina, minha filha de 2 anos e 1 mês, entrou chutando o balde (literalmente) na fase do Terrible Two.
Para amenizar a situação, percebi que não basta só se informar por perfis do Instagram e compartilhar seus dilemas com as mães que passam pela mesma situação.
Por isso, entrei em contato novamente com a minha amiga e psicóloga de crianças e adolescentes, Renata Verrunes, para uma conversa rápida sobre o tema.
Mãe de duas crianças, casada e com o consultório lotado, foi o que conseguimos fazer, entre uma promessa e outra de nos encontrarmos para um café olho no olho.
Acompanhe:
Renata, como a criança percebe a chegada de um bebê em casa?
Costumo dizer que crianças são esponjas. Elas absorvem tudo que se passa no ambiente familiar. Mesmo antes de dar a notícia para ela, com certeza, a criança já percebeu as mudanças. Afinal, a notícia da gravidez provoca muitas transformações na família.
Existe alguma prática para que a adaptação ao novo membro da família ( ou a adaptação dele à família) não seja traumática?
Existe sim! Primeiro, é válido lembrar que a chegada de um irmão é algo absolutamente positivo! Mas um preparo pode e deve ser feito com o primogênito. Sempre gosto de lembrar a importância de ensinarmos as crianças a identificarem seus sentimentos, assim terão a oportunidade de lidar com eles de uma maneira mais saudável. Na prática, converse com seu filho sobre os sentimentos que irão surgir com a chegada do irmão. Fale sobre o amor, a alegria, mas também sobre ciúme, raiva . É importante explicar cada um dos sentimentos e dizer que tudo bem ter raiva de quem a gente ama. Ensine a identificar e achar soluções . Por exemplo: “ Toda vez que estiver com ciúmes, com raiva do seu irmão conte para mamãe que eu ajudo a passar “. O bebê precisa o tempo todo da mãe, não sabe tomar banho, se trocar, comer, então a mamãe precisará ficar muito tempo com ele no colo. São informações simples e importantes de serem passadas para criança. Lembrando que tudo isso fará com que o seu filho tenha inteligência emocional.
Há pais que presenteiam seus filhos cada vez que o recém-nascido também ganha uma lembrança. O que você acha da tática ?
Acredito sempre no equilíbrio. Acho bacana comprar algo especial para “o mais novo dar” para o mais velho no dia do nascimento por exemplo, mas estabelecer como regra que cada presente ganhado pelo caçula também será dado para o primogênito é algo muito ruim e desnecessário. É muito importante lidar com as frustrações, faz parte da vida. O que o mais velho precisa é de atenção e muito afeto!
A insegurança e o medo de abandono por parte do filho mais velho podem ser amenizados de qual forma?
Podemos amenizar com conversa, afeto , atenção e acima de tudo lembrar que a chegada do irmão é extremamente positiva, mesmo que cause dores e sofrimentos Garanto que são essenciais para o fortalecimento psíquico da criança. É bom lembrar também, que é uma fase, vai passar e outras fases virão.
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