Em entrevista realizada nesta quarta-feira (16) ao Giro Estadual de Notícias, o deputado estadual Zeca do PT abordou vários tópicos pertinentes à política e ao desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.
Sobre o seu retorno a política, ele compartilhou sua experiência após um período de reclusão, destacando a qualidade dos debates parlamentares e a importância do diálogo desapaixonado para impulsionar o crescimento econômico e social do Estado.
“Depois de quase 30 anos, voltar à Assembleia é uma experiência enriquecedora. Percebo que houve uma qualificação notável não apenas em mim, mas também entre meus colegas deputados. Na Assembleia, testemunho um debate de alta qualidade, onde os deputados discutem economia e política de maneira imparcial, visando o crescimento econômico e o avanço social do nosso Estado”, explica.
O parlamentar ainda destacou a boa fase do PT com o Governo Riedel. Ele ressaltou a humildade e a sensibilidade especialmente em relação à questão da agricultura familiar e à preservação do Pantanal.
Deputado estadual Zeca do PT
“O governador Eduardo Riedel nos procurou em um gesto de humildade e respeito ao PT. Durante nossas negociações, ficou acordada nossa participação no governo, uma vez que a política é intrinsecamente baseada em negociações. Nesse sentido, conseguimos estabelecer a Secretaria Especial da Agricultura Familiar e a Agraer, ambas cruciais para o apoio à agricultura familiar. Ele tem me surpreendido positivamente, não apenas com sua humildade, mas também com sua sensibilidade política ao dialogar com todas as forças políticas”, diz.
Quanto à sua decisão de retirar sua pré-candidatura à Prefeitura de Campo Grande, Zeca explicou sua análise das dinâmicas políticas em curso, enfatizando a necessidade de uma candidatura progressista forte e uma chapa de vereadores sólida.
“Minha decisão em relação à minha pré-candidatura foi moldada pela observação atenta dos cenários políticos em campo. Desde o início, notei uma diversificação de possíveis candidaturas de direita, incluindo a própria prefeita em busca de votos na ala conservadora, especialmente entre os evangélicos”, salienta.
Atualmente a sigla trabalha com os nomes da deputada federal Camila Jara e ex-candidata ao Governo do Estado, a advogada Giselle Marques. “Eu saúdo essas iniciativas e vejo como positivas. Diante da pulverização de pré-candidaturas dentro do próprio partido, optei por recuar e concentrar-me em meu mandato, especialmente considerando minha idade, 73 anos. Sinto que posso contribuir de maneira diferente, evitando debates internos ou prévias que o PT possa conduzir. Acredito que uma candidatura vencedora não depende apenas de um bom candidato, mas também de uma forte chapa de vereadores, alianças políticas sólidas e um programa de governo abrangente”, explica.
A disputa política entre o ex-governador Andre Puccinelli e Zeca do PT foi um tema muito comentado início dos anos 2000. Em 2002, Puccinelli desistiu de disputar o Governo do Estado e abriu mão para Marisa Serrano, que foi derrotada pelo ex-governador petista. Questionado se teria amarelado para Puccinelli, que é pré-candidato a Prefeitura de Campo Grande, Zeca foi objetivo.
“Não acredito na viabilidade da candidatura do André, sinceramente. Minha perspectiva é que ele lançou sua pré-candidatura como uma forma de avaliar a situação, mas creio que sua inclinação será negociar. Se ele não fechou um acordo com o próprio PSDB, ao menos ocupou um espaço. Na minha opinião, o tempo de André já passou. Sua votação como governador, por exemplo, foi decepcionante. Ele não é ingênuo, e certamente perceberá isso. Acredito que chegou o momento dele de repensar sua posição”, disse.
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