O setor da construção civil é um dos que mais cresceu apesar da pandemia de coronavírus vivida desde março de 2020. Mesmo quando muitos setores ficaram fechados, os canteiros de obras continuavam o trabalho. Nesta segunda-feira (14), o Giro Estadual de Notícias recebeu o presidente da Federação dos Trabalhadores da Construção Civil e do Mobiliário e Montagem Industrial do Estado de MS (Fetricom-MS), José Abelha. Ele destacou as negociações para o aumento salarial dos trabalhadores e também que o segmento é um pilar da economia nacional.
No dia 7 de março, José Abelha foi reeleito para a presidência da Federação para um mandato de quatro anos. Vale destacar que ele está há cinco anos como o presidente da Fetricom em Mato Grosso do Sul.
José ressaltou a importância do setor em meio à pandemia sendo “um dos únicos setores que não teve paradas” e que “construção civil tem sido um dos pilares da economia”. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio do Índice Nacional de Construção Civil (Sinapi) indicou um crescimento de 16,28% nos últimos 12 meses.
Esse resultado se reflete nas contratações da construção em MS, que registrou quase 500 contratações de saldo até o momento no ano. Em 2022, o presidente da Fetricom tem expectativa de aumento entre 10% e 15% nas contratações. No entanto, José Abelha demonstra preocupação com pedreiros e ajudantes que estão na informalidade. “Hoje temos mais de 30% da mão de obra na informalidade, vemos crescer isso por conta das pequenas obras nas periferias”.
Um dos grandes pilares, segundo ele, é o Microempreendedor Individual (MEI), sendo preferido ante aos registrados em Carteira de Trabalho. “Como um sindicalista, não vejo com bons olhos, porque o trabalhador deixa de receber seus direitos trabalhistas. Hoje um que está registrado tem a garantia do FGTS, do 13º salário, férias, entre outros”.
Os danos para ele serão observados no futuro no momento de aposentadoria desses trabalhadores hoje na ativa. Em relação a esses, ele informou que negociações estão acontecendo para um acordo coletivo de aumento no salário dos trabalhadores da construção civil. “Estamos finalizando o acordo coletivo que é data-base em março e logo teremos uma resposta de reajuste de salário”.
José mostra otimismo para a negociação e contextualizou que durante seu tempo como presidente, nunca o aumento ficou menor que a inflação registrada no ano anterior. Segundo o IBGE, a inflação oficial ficou em 10,06% em 2021. O presidente assegura que vai “lutar por um reajuste de 12% no ganho real. Nunca fechamos uma convenção abaixo da inflação”.
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