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EX-MINISTRA

Tereza Cristina descarta voltar a ser ministra e diz que pretende cumprir mandato de senadora

10 outubro 2022 - 11h25 Por Da Redação

Em sua primeira entrevista após ser eleita senadora da República pelo PP de Mato Grosso do Sul, a deputada federal Tereza Cristina descartou, nesta segunda-feira (10), ao Giro Estadual de Notícias, do Grupo Feitosa de Comunicação, a possibilidade de voltar a ser ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mesmo que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), seja reeleito. A ex-ministra também confirmou que o seu nome está sendo ventilado para ser a próxima presidente do Senado Federal, porém, reforçou que o seu foco no momento é coordenar em nível nacional a campanha de reeleição do presidente Bolsonaro.

“Primeiro quero agradecer a todos os sul-mato-grossenses que depositaram os seus votos em meu nome para poder representá-los no Senado Federal. Foram 829.149 votos, 60,85% dos votos válidos, então, é uma honra, mas também uma responsabilidade muito grande de estar no Senado Federal representando cada um desses eleitores. Depois das eleições, agora todos os sul-mato-grossenses esperam que eu trabalhe em função do nosso Estado e também do Brasil”, garantiu Tereza Cristina, lembrando que são três senadores por Estado e os representantes no Senado Federal são paritários, não há diferença quanto à quantidade para cada Estado, diferentemente da Câmara dos Deputados.

Segundo a senadora eleita, quando tomar posse, seu foco será trabalhar muito para honrar cada um dos sul-mato-grossenses que votaram nela. “Mato Grosso do Sul precisa ainda de desenvolvimento econômico e social, com políticas públicas que cheguem até os nossos cidadãos. A gente sempre tem muito mais expectativa de fazer acontecer, mas, penso que foi um momento muito bom à frente do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), onde tive condições de fazer a maioria do que pensava em realizar. Infelizmente, veio a pandemia da Covid-19, o que atrapalhou muito, pois tivemos, praticamente, dois anos e meio fazendo um trabalho mais interno porque não podíamos viajar, porém, conseguimos avançar bastante”, afirmou.


A ex-ministra também confirmou que o seu nome está sendo ventilado para ser a próxima presidente do Senado Federal, porém, reforçou que o seu foco no momento é coordenar em nível nacional a campanha de reeleição do presidente Bolsonaro

Ela recorda que na sua gestão trabalhou pela modernização do Mapa, internamente, até porque a pandemia propiciou, com a digitalização dos processos, a facilitação para aqueles que precisam do Ministério possam ter mais comodidade em acessar aquilo que é necessário para fazer o desenvolvimento da área agropecuária. “Também conseguimos abrir mais de 210 novos mercados, pois saí do Ministério no dia 31 de março e atualmente já estamos em 240 mercados abertos. Isso foi fruto de um trabalho muito intenso para que fossemos para esse rumo, trabalhamos muito pelo aumento da nossa produção agropecuária”, pontuou.

Principais bandeiras - A deputada federal garantiu que ficou extremamente feliz com os resultados que os produtores rurais deram ao Brasil, pois o Ministério é um facilitador, mas foram os produtores rurais brasileiros que fizeram um trabalho maravilhoso nesses três anos e meio em que ela ficou à frente da pasta. “Tanto que neste ano devemos alcançar um novo recorde, com mais de 300 milhões de toneladas de grãos. Isso traz riqueza para o produtor brasileiro, isso traz renda, refletindo nas cidades, onde eles vivem. Basta olhar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de uma cidade onde a agricultura e pecuária são fortes, são municípios pujantes, tanto que agora, no 2º turno das eleições, todos querem se apoderar do setor agropecuário, que deu certo e vai continuar em crescimento”, ressaltou.

Para a ex-ministra, ainda tem muita coisa para ser feita no Mapa, mesmo porque hoje tudo é dinâmico, os avanços em tecnologia e inovação acontecem todos os dias. “Confesso que gostaria que a assistência técnica para o pequeno produtor tivesse mais recursos e o próximo ministro terá de cuidar disso, mas, no Senado, nós também poderemos ajudar nesse sentido. Uma área que, apesar de ter me esforçado, mas não consegui chegar onde gostaria, foi a leiteira. Essa é uma das minhas frustrações como ministra”, revelou.

Ela acrescentou que a questão do avanço da regularização fundiária dos assentados rurais é a parte que mais lhe deu orgulho à frente do Ministério. “Foi uma alegria muito grande ter destravado essa política, que está na legislação, mas não era prioridade dos outros governos. Quando nós levamos essa situação até o presidente Jair Bolsonaro, ele disse para resolvermos, dando apoio para que pudéssemos chegar a 430 mil títulos de terra entregues. Agora, precisamos chegar a um milhão de títulos entregues e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que trabalhou muito nessa iniciativa, tenho certeza que continuará atuando nesse sentido”, projetou.


Para a ex-ministra, ainda tem muita coisa para ser feita no Mapa, mesmo porque hoje tudo é dinâmico, os avanços em tecnologia e inovação acontecem todos os dias

Tereza Cristina completou que a segunda etapa agora é incluir os assentados que não são originários da terra, mas que têm direito a estar na terra e receber seu título de posse, pois, mesmo chegando depois, estão lá produzindo. “Essa legislação já passou pela Câmara dos Deputados e agora será enviada ao Senado Federal para que possa ser aprovada, permitindo para aqueles que chegaram aos assentamentos até 2015 não fiquem fora dessa regularização. Todos esperam muito por isso, são muitos assentados rurais em todo o Brasil que serão beneficiados quando esse projeto de lei for aprovado no Senado ainda neste ano, se Deus quiser”, declarou.

Sem retorno - A senadora eleita reforçou que, mesmo com a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, não pretende ser novamente ministra da Agricultura e já teria dito isso pessoalmente para ele. “Vim para uma campanha para o Senado Federal, é uma coisa muito importante e pretendo cumprir o papel que me foi dado pelos sul-mato-grossenses, não é à toa que falamos dos 829.149 votos que obtive no Estado, então, certeza que o meu eleitor espera que eu cumpra o meu mandato como senadora da República pelo meu Estado”, assegurou.

Ela ainda acrescentou que o Ministério da Agricultura está pronto para quem chegar lá fazer a diferença. “Tenho certeza que o próximo ministro será alguém indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, não tenho dúvida disso. Ao próximo ministro basta continuar aquilo que a gente fez, aprimorar e continuar modernizando, pois, a agricultura brasileira anda sozinha, basta que o Estado brasileiro não atrapalhe muito. A agricultura familiar sim vai precisar de um olhar especial do próximo ministro da Agricultura para que tenhamos recursos para investir, crédito já estamos dando com a entrega dos títulos de propriedade, isso tem de continuar, principalmente no governo do presidente Jair Bolsonaro, que tem essa questão como prioridade”, garantiu.

A deputada federal lembrou que o crédito para os assentados, que agora são proprietários rurais, é um direito deles e agora poderão obter. “Com o título, eles têm direito ao investimento e, com isso, a produção desses pequenos agricultores deve crescer muito, aumentando a renda deles e é isso que importa para que fiquem no campo. Além do crédito, eles precisam de assistência técnica e nesse ponto poderei ajudar muito como senadora, depois precisam de ajuda na comercialização da produção e, nesse sentido, será preciso criar mais mercados do produtor, que tenhamos a qualidade desses produtos, pois é o pequeno produtor que faz o abastecimento das cidades. Então, o próximo ministro precisa ter foco na agricultura familiar para que gere riquezas para os pequenos produtores rurais e entregue mercadorias de qualidade aos consumidores dos centros urbanos”, exemplificou.

Na gestão do presidente Jair Bolsonaro, conforme ela, o seguro rural avançou muito e essa também é uma das pautas que teve muita alegria de poder contribuir e fazer com que se efetivasse realmente, crescendo muito. “Nós saímos de R$ 400 milhões de recursos para a equalização do seguro rural para R$ 1 bilhão e tenho certeza que isso será um avanço. O ministro da Economia, Paulo Guedes, concorda com isso, assim como toda a equipe econômica do governo do presidente Bolsonaro porque significa dar mais segurança ao produtor rural. A agricultura é uma indústria a céu aberto e o risco climático está sempre presente, felizmente chegamos a 300 milhões de toneladas de grãos, uma coisa que torci muito para que acontecesse por causa da grande estiagem que tivemos, principalmente na Região Sul do Brasil e parte de Mato Grosso do Sul”, detalhou.

Seguro rural - Na análise de Tereza Cristina, o seguro rural é a única ferramenta que pode dar tranquilidade para que o produtor tenha a sua receita garantida no caso de alguma frustração climática. “O seguro rural também deve ser uma das coisas que o próximo ministro terá de trabalhar para dar continuidade e até aumentar a abrangência dessa política pública tão importante para a agricultura brasileira. O pequeno produtor rural recebe o Proagro, que precisa ser modernizado, mas já deixei uma política já bem encaminhada para a modernização do programa que é voltado para a agricultura familiar, mas o grande agricultor também precisa”, falou.

A ex-ministra pontuou que, quem fez de maneira correta o seguro rural recebido, quem não fez, deve ter entendido que ele é muito necessário. “Por isso, precisamos fortalecer as seguradoras, as resseguradoras, talvez também necessitemos de um fundo para que possamos melhorar a política do seguro rural brasileiro, pois, onde ela funciona bem, dá tranquilidade para o produtor rural, como acontece nos Estados Unidos e alguns países da Europa. Como 3º maior produtor de grãos do mundo, o Brasil precisa ter essa política do seguro rural cada vez mais fortalecida e vou trabalhar muito no Senado Federal para que possamos fazer isso o mais rapidamente possível”, cobrou.

A senadora eleita ressaltou que tem muitas coisas que precisam caminhar mais rapidamente no Senado. “Na minha área de origem, um tema que precisa de celeridade é a regularização fundiária para resolvermos o problema. Hoje, temos um projeto de lei que fala em seis módulos e isso é muito pouco, precisamos caminhar para que todo mundo que aguarde a regularização seja atendido. Temos ainda a pauta do licenciamento ambiental, que é fundamental, não só para a agricultura, mas para a parte urbana, principalmente, para a habitação, que precisa ser resolvida mais rapidamente”, alertou.

A parlamentar completou também que é preciso discutir sobre o teto de gastos, algo de suma importância para o presidente Bolsonaro, que ela tem certeza que será reeleito, para destinar mais recursos para infraestrutura, uma área tão carente no Brasil. “Esse aumento também servirá para investir onde o Estado precisa chegar, como nas ferrovias, pois há estradas de ferro que a iniciativa privada já está apostando, mas há outras que caberá ao Estado colocar os trilhos para poder trazer desenvolvimento. Há ainda a Lei de Licitação, que é uma regulamentação atrasada que nem sempre atende o que as prefeituras, os Estados e a própria União precisam. Hoje, está focada só no preço dos produtos e, às vezes, não dá para ir só pelo preço, mas pela qualidade. Por isso, defendemos uma lei mais inovadora, moderna para que o País possa caminhar mais celeremente, enfim, temos muitas coisas para serem colocadas na pauta de prioridades para o próximo governo”, relatou.

Meio ambiente - Sobre a relação entre agropecuária e meio ambiente, Tereza Cristina falou que ela tem sido usada de maneira política e para fazer política. “O meio ambiente e a agricultura precisam andar juntos, o produtor rural é o mais impactado. Temos um código florestal no Brasil que foi feito e discutido durante 10 anos no Congresso Nacional, sendo aprovado por todos os deputados federais e senadores da época. O nosso código florestal é muito robusto, traz muita segurança e garantia, pois a grande maioria dos países do mundo não tem um código florestal semelhante ao brasileiro”, ressaltou.

À frente do Ministério da Agricultura, declarou a ex-ministra, ela teve a oportunidade de ter o serviço florestal brasileiro que é o CAR (Cadastro Ambiental Rural), que tem seis milhões de propriedades cadastradas. “Agora, precisamos que os Estados façam a sua parte, o Governo Federal já fez a dele, nós colocamos uma política pública dinamizada que é para poder fazer essa análise mais rápida nos Estados para saber exatamente quais são as medidas de mitigação que nós precisamos para cada produtor rural, para cada propriedade”, solicitou.

A deputada federal recordou que fez um convênio no Mapa com o Estado de São Paulo, que, em seis meses, praticamente zerou essa análise dinamizada do CAR e agora o produtor rural paulista está indo para o próximo passo, que é fazer a compensação, quando necessária. “Precisamos de práticas conservacionistas de solo, de matas ciliares, enfim, é preciso fazer valer também para quem tem percentual de área preservada acima do estabelecido pela lei uma forma de compensação. Precisamos então caminhar com políticas mais modernas para aqueles que têm área preservada recebam uma compensação para continuar mantendo de pé as árvores, enquanto aqueles que não tem será necessário fazer a mitigação para que possam se enquadrar no que determina o código florestal”, enfatizou.

Presidência do Senado - Sobre a possibilidade de ser presidente do Senado Federal, Tereza Cristina disse que falar que não é sua vontade presidir o Senado Federal, seria uma falsa modéstia. “Claro que teria interesse. Porém, não é uma pretensão que partiu de mim, meu nome foi ventilado por ser da base do presidente Bolsonaro, mas há outros nomes muito bons. No entanto, penso que ainda não é hora de discutir isso, agora temos de focar nas eleições, temos de focar para que nessa campanha o presidente Bolsonaro vença o 2º turno e é isso que estou fazendo”, avisou.

Ela informou ainda que já está trabalhando na coordenação da campanha do presidente em nível nacional e que vai hoje à noite para Brasília (DF). “Amanhã devo viajar para alguns Estados, enquanto quinta-feira já tenho agenda definida em Minas Gerais, onde farei cinco municípios mineiros. Esse assunto sobre a Presidência do Senado fica para depois do dia 30 de outubro, agora é muito cedo para se conversar sobre a composição da mesa do Senado, temos de deixar esse tema para depois do 2º turno das eleições”, reforçou.


A deputada federal recordou que fez um convênio no Mapa com o Estado de São Paulo, que, em seis meses, praticamente zerou essa análise dinamizada do CAR e agora o produtor rural paulista está indo para o próximo passo, que é fazer a compensação, quando necessária

Em nível nacional, conforme a senadora eleita, ninguém tem dúvida do seu posicionamento quanto ao 2º turno das eleições, que é total apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. “Aqui no Estado estou trabalhando para aumentar ainda mais o número de votos que ele obteve no 1º turno, onde foi vencedor, mas ainda dá para crescer mais, pois temos dois candidatos a governador que apoiam Jair Bolsonaro. Com relação à disputa para governador, os sul-mato-grossenses são quem decidirão, já que ambos apoiam o presidente Bolsonaro.

Com relação à disputa pelo Governo do Estado, a ex-ministra reforçou que o seu apoio é para o candidato do PSDB, Eduardo Riedel, porque a sua coligação – PSDB, PP, PL e Republicanos - desde o início trabalhou ao lado dele. “Temos esse arco de alianças aqui em Mato Grosso do Sul a favor do Riedel e eu estou trabalhando na campanha dele porque considero o melhor projeto para o nosso Estado. Todos os apoios ajudam nesse momento os dois candidatos, mas penso que essa também é uma decisão do povo sul-mato-grossense porque neste 2º turno são apenas dois candidatos, então é claro que todos os apoios são importantes”, avaliou.

No entanto, a senadora eleita pensa que os dois têm de mostrar as suas propostas, o que pretendem fazer para que o nosso Estado continue a se desenvolver, a crescer, porque, afinal de contas, o sul-mato-grossense quer desenvolvimento, emprego, renda e o nosso Estado cada vez melhor. “Vivemos um ciclo virtuoso de desenvolvimento apesar da pandemia e de tudo o que aconteceu nesses três últimos anos, como a crise hídrica severa. Mesmo assim, somos o Estado com mais investimento per capita e com o PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento, sendo que todos querem ver Mato Grosso do Sul continuar por esse caminho de avanço na economia”, finalizou.

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